A terceira edição do festival da Vidigueira vai ter lugar nesta vila alentejana nos próximos dias 14 e 15 de setembro. O certame é organizado pelo vocalista dos Loto, Ricardo Coelho. Como é deixar a frente de palco e ir para os bastidores para, neste caso, ser responsável por mais uma edição do festival? “É o outro lado da questão. Tendo a experiência de fazer parte de uma banda, sei do que estas necessitam para terem condições e estou a par das suas necessidades”, explica em entrevista ao SAPO Música.
Uma das preocupações com a terceira edição do festival centra-se no cartaz, que, na opinião de Ricardo Coelho, é “coerente” e aposta na música portuguesa. “É um dos melhores cartazes de sempre na Vidigueira”, considera.
O organizador do evento destaca ainda, para além do cartaz, o facto de ser um festival “sem pó”, cujo recinto apresenta um grande um relvado e piscinas para os festivaleiros poderem relaxar após as noites de concertos.
No primeiro dia, 14 de setembro, Miguel Araújo, Jorge Palma, Mesa e um Dj Set de Rui Estevão fazem parte da programação. Já no dia seguinte, e último, tomam conta do palco do certame os Wraygunn, Linda Martini, doismileoito e um Dj Set entre Tigerman vs A Boy Named Sue.
A dose dupla de Paulo Furtado e o improviso dos doismileoito
Paulo Furtado vai estar assim em dose dupla na Vidigueira e no mesmo dia, passando dos Wraygunn para logo a seguir dar conhecer o seu lado Tigerman. “Vai ser tranquila a transição de um registo de concerto [Wraygunn] para depois um registo de Dj Set, que é uma coisa de diversão e quase de relaxamento”, afiança Paulo Furtado ao SAPO Música.
O músico garante ainda que, em relação ao concerto dos Wraygunn, a banda pretende “saltar” entre os temas incluídos no álbum mais recente do grupo “L’ Art Brut”, que recentemente Paulo Furtado considerou ser o disco preferido do coletivo, com as músicas de outrora.
“A vantagem e a beleza de termos quatro álbuns e um EP é poder fazer um concerto diferente todas as noites. Por vezes apetece-nos tocar umas músicas e no outro dia já queremos tocar outras canções, quase conforme a hora do dia do concerto. Isto dá-nos uma grande liberdade artística, a qual pretendemos manter”, refere.
Terminado o concerto dos Wraygunn, Paulo Furtado muda o ‘chip’ e transforma-se em Tigerman para uma “batalha de Dj’s” com o seu conterrâneo (Coimbra) A Boy Named Sue. “Espero que saia o vencedor da noite. Ele é um concorrente muito difícil de bater. Considero-o um dos melhores Djs de ‘rock n roll’ em Portugal”, indica.
Quais vão ser as músicas que Paulo Furtado pensa tocar para ganhar a “batalha”? “Há muito improviso e isso é a piada de passar música com outra pessoa, porque muitas vezes toca-se uma música que não se pensava tocar, em resposta a uma outra”, explica.
Pela Vidigueira vão também passar os doismileoito. A banda natural da Maia espera encontrar “coisas boas” neste festival. O vocalista do grupo, Pedro Pode, destaca a “simpatia das pessoas” e a “animação pré e pós concerto”.
Não há ainda um alinhamento definido para o espetáculo. “Vamos tocar as músicas que estiverem a soar melhor”, afirma. Alguns temas dos dois discos – “doismileoito” (2009) e “Pés Frios” (2011) – vão ser interpretados, juntamente com canções que o coletivo tem vindo a escrever ao longo do tempo. “Temos estado a trabalhar em canções novas, não necessariamente só para serem incluídas num disco futuro, mas também para tocá-las ao vivo”, confessa.
Para quem quiser acampar no festival, a organização disponibiliza um espaço para os festivaleiros montarem a tenda, tarefa animada com um Arraial Tropical, que “vai ser um pouco de tudo e um pouco de nada”, humoriza Ricardo Coelho, da organização, não querendo assim levantar a ponta do péu sobre este primeiro momento do festival.
@Daniel Pinto Lopes
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