Convicta que «não há nada assim no panorama nacional», Joana Alegre fala-nos de um álbum que provoca, por vezes, uma reação do tipo «estranha, mas depois entranha». A vocalista do grupo assinala que não é um disco «totalmente fácil» e salienta que é preciso tempo para ouvir o álbum «The Pulse». No entanto, o feedback tem sido positivo, remata Joana.
A banda nasceu de um encontro feliz, em 2001, entre Mário Monteiro (guitarra) e Paulo Muiños (que na altura tocava saxofone). Conheceram-se durante um concerto de Marta Hugon no espaço Ler Devagar. A partir daí começaram a tocar juntos em várias formações musicais. Só oito anos depois, Joana Alegre se junta ao grupo, apresentada por um amigo comum, e se dedica a escrever as letras para os temas que já existiam e a ajudar a adaptar algumas melodias.
Joana Alegre acredita que a sonoridade dos The Pulse, cujo cd já está à venda, é única porque, apesar de se apresentarem «como uma banda soul jazz, com elementos pop», acaba por se ouvir também «muito funk e até reggae».
Quando lhe perguntámos se é fácil criar uma identidade no meio de tantas influências, a vocalista respondeu com um perentório «sim», e acrescenta que «a honestidade» com que fizeram as coisas acaba por lhe dar «uma personalidade muito própria».
Relativamente à escolha de «No Match» para single, Joana contou ao SAPO que a banda escolheu quatro temas e mostrou-os aos amigos. Havia quem gostasse muito de «Vinicious», mas, no fim, o tema acabou por ser uma escolha unânime.
Este é um dos temas com que Joana mais se identifica porque além de ter escrito a letra e ajudado a adaptar a melodia, a vocalista pôde, pela primeira vez, cantar num registo soul com elementos pop, algo que queria experimentar há muito tempo.
«Deu-me um gozo bestial gravar este tema e canta-lo ao vivo, foi um registo em que eu me encontrei de forma inesperada», confessa a cantora.
Apesar do núcleo duro dos The Pulse serem apenas os três elementos, neste trabalho contaram ainda com a participação de Gilberto Costa (saxofone tenor), Raimundo Semedo (saxofone barítono), Tó Bravo (trombone), João Raquel (trompete) e Tio Dias (bateria). Joana diz que tiveram muita sorte porque o respeito, a partilha e uma boa comunicação foram elementos que surgiram naturalmente entre todos.
Os The Pulse têm facebook e site, ferramentas de trabalho que foram essenciais numa primeira fase deste projeto em que lançaram uma edição de autor. A internet assumiu e assume «um papel fundamental na promoção de todos os concertos ao vivo», diz Joana, acrescentando ainda que o facto de serem uma banda de palco os salvaguarda um pouco de alguma pirataria das suas músicas que possa existir.
No dia 9 de março os The Pulse vão tocar no São Jorge e, em abril seguem para o Porto. Vão tocar no Hard Club, mas o dia ainda não está confirmado.
@Inês Fernandes Alves
Foto de Vânia Marecos
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