"Ensemble" significa em francês "junto". E Rodrigo Leão junto com os Cinema Ensemble é pura simbiose. O músico actuou esta sexta-feira no Festival Sintra Misty, como o próprio nome indica na vila de Sintra, no Centro Cultural Olga Cadaval, para uma plateia que não o podia deixar de aplaudir de pé depois de uma hora e meia de boa música.
Ao vermos os oito actuantes, com Rodrigo Leão a passar tão despercebido por estar tão inserido no meio do seu convidado, todos os acordes, todas as melodias parecem simples; fluem como se os oito fossem um. A voz de Ana Vieira, a cantora do Cinema Ensemble, é grande quer cante em português, sem e com sotaque do Brasil, em espanhol – que nos leva a viajar até à Argentina, do tango, da “passion e fuego” – em francês ou até mesmo em russo ("Ya Skaju Tebe").
Para além de Ana Vieira, também Gregory Fracteur, o vocalista dos Dez Mona, banda belga que abriu a noite de música no palco principal do Sintra Misty, aceitou o desafio de Leão, e junto com o seu contrabaixista entraram em "Deep Blue".
Sempre com a mesma toada, entre o tango e os acordes de um acordeão parisiense, Rodrigo Leão e os seus companheiros de palco conseguem envolver entre sorrisos e uma ou outra lágrima quem os ouve. Melodia quente, letras, muitas vezes de amargura, sem no entanto deixarem de prender. Pelo meio, Rodrigo Leão foi apanhado de surpresa, quando os músicos começaram a cantar o "Parabéns a Você" em pleno palco. Um miminho de que o músico não estava à espera.
"Vida tão estranha", "Solitude", "La Fête", "Lonely Carrosel", apenas na versão instrumental, "Passion" e "No Sé Nada" foram algumas das canções que passaram pelo palco de Sintra, numa noite mágica. Neste sábado a música prossegue com Joan as Police Woman, Foge Foge Bandido ou Mark Kozelek, entre outros.
Rodrigo Leão fala do seu último disco, "A Mãe":
Entrevista @Gonçalo Sá
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