Em palco, a interpretar repertório de Lou Reed (a solo ou dos Velvet Underground) vão estar Zé Pedro, com a sua banda, Ladrões do Tempo, João Pedro Pais, Lena D’Água, The Legendary Tigerman, Frankie Chavez, Tomás Wallenstein, dos Capitão Fausto, e Jorge Palma, adiantou o guitarrista dos Xutos, em declarações à Lusa.
Os Ladrões do Tempo, além de Zé Pedro, incluem Samuel Palitos, Tó Trips, Paulo Franco e Donnie Bettencourt. “Há aqui uma cumplicidade, acima de tudo minha, amizade e respeito por estas pessoas que convidei”, disse.
Zé Pedro recordou ter visto Lou Reed ao vivo, pela primeira vez, em 1977, em França. O músico português estava no local a assistir a um festival de punk, onde atuaram bandas como The Clash e The Police. “Ver o Lou Reed, para mim, foi brutal, foi um crescer e uma aprendizagem muito grande, não só pelas bandas que apareceram no festival (Clash, Police). Ao terceiro dia apareceu uma personagem como o Lou Reed, com um carisma e uma sabedoria sobre o rock and roll que me deixou completamente de boca aberta”, contou.
Zé Pedro lembrou que o músico norte-americano, falecido no ano passado, “influenciou toda uma geração do rock”. “E podemos dizer que os punks também passaram muito por algumas das músicas e, sobretudo, a atitude que o Lou Reed sempre teve na música”, disse. Para Zé Pedro, o músico “foi também um dos grandes influenciadores, no início de carreira”. Apesar de não o ter conhecido, o guitarrista chegou “a ser apresentado” a Lou Reed quando este esteve em Portugal, para a inauguração da Casa da Música.
A homenagem a Lou Reed é um dos destaques do Super Bock Super Rock deste ano, que cumpre a 20.ª edição. Ao longo dos últimos 19 anos, Zé Pedro marcou presença no festival, umas vezes como artista e outras como espectador. “Lembro-me perfeitamente do que foi assim uma coisa... Não havia festivais dessa dimensão. Nós tocámos e foi uma coisa realmente brutal”, recordou.
A primeira edição do festival, da promotora Música no Coração, efetuou-se na Gare Marítima de Alcântara, em Lisboa, em 1995. Desde então, realizou-se todos os anos em vários locais de cidades como Lisboa, Oeiras, Loures, Porto, Coimbra, Vigo e Madrid, em Espanha, até se instalar em 2010 na Herdade do Cabeço da Flauta, perto do Meco, no concelho de Sesimbra. “Chegámos [os Xutos e Pontapés] a ir a Luanda [Angola] tocar com o título do Super Rock. Não consegui ir todos os anos, mas fazemos parte da galeria do festival”, disse.
Como espectador, Zé Pedro lembra-se, por exemplo, da “primeira vez” que se surpreendeu “imenso” com os Arcade Fire. “Não é uma banda que me fascine tanto em disco, mas quando os vi na Expo [Parque Tejo, em 2007] foi muito bom”.
A 20.ª edição do Super Bock Super Rock decorre de hoje a sábado, na Herdade do Cabeço da Flauta, perto do Meco, Sesimbra.
@Lusa
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