A 67.ª edição dos Grammys está marcada para a madrugada deste domingo para segunda-feira, de 2 para 3 de fevereiro. A cerimónia será apresentada por Trevor Noah, que vai ocupar o cargo pela quinta vez consecutiva.

A premiação vai contar com atuações especiais de  Billie Eilish, Charli XCX e Shakira. Teddy Swins, Sabrina Carpenter, Chappell Roan e Benson Boone, que estão na corrida ao galardão de Melhor Novo Artista também vão subi ao palco da Crypto.com Arena.

Jacob Collier, Janelle Monáe, John Legend, Stevie Wonder, St, Vicent,, Doechi, RAYE, Teddy Swims, Chris Martin, dos Coldplay, e Cynthia Erivo também vão atuar na cerimónia.

Os nomeados

Dos chapéus de cowboy de Beyoncé ao body de lantejoulas de Taylor Swift, a lucrativa parceria entre estilistas e estrelas da pop
Dos chapéus de cowboy de Beyoncé ao body de lantejoulas de Taylor Swift, a lucrativa parceria entre estilistas e estrelas da pop

Beyoncé lidera a corrida à 67.ª edição dos Grammys. A norte-americana conta com 11 nomeações pelo álbum "Cowboy Carter" e respetivos singles. A voz de "Crazy in Love" passa a contar com 99 indicações, tornando-se assim a artista mais premiada de sempre, com 32 Grammy conquistados, também na artista mais nomeada de sempre, nos prémios norte-americanos de música.

Beyoncé está nomeada para Álbum do Ano e Melhor Álbum Country com “Cowboy Carter”, e Gravação do Ano, Canção do Ano e Melhor Canção Country, com “Texas Hold’Em”. Além disso, a cantora está ainda indicada nas categorias de Melhor Performance Pop a Solo, Melhor Performance Pop de Duo ou Grupo, num dueto com Post Malone, Melhor Performance de Rap Melódico, num tema com Linda Martell e Shaboozey,, Melhor Performance Country a Solo, Melhor Performance Country de Duo ou Grupo, num dueto com Miley Cyrus, e Melhor Performance Americana.

BILLIE EILISH
BILLIE EILISH

Esta é a primeira vez que a cantora, que fez parte das Destiny’s Child antes de iniciar a carreira a solo, está nomeada em categorias dos géneros de música Country e Americana.

Billie Eilish, Charli XCX, Post Malone e Kendrick Lamar seguem-se entre os mais nomeados em sete categorias cada. Taylor Swift, Chappell Roan e Sabrina Carpenter contam com seis nomeações.

"O programa deste ano terá um sentido de propósito renovado"

Numa carta aos membros da Academia obtida pela agência France-Presse (AFP), os organizadores disseram que a 67ª gala anual dos prémios musicais aconteceria na Crypto.com Arena, no centro de Los Angeles, “em estreita coordenação com as autoridades locais para garantir a segurança pública e o uso responsável dos recursos da área”.

“O programa deste ano, no entanto, terá um sentido de propósito renovado: arrecadar fundos adicionais para apoiar os esforços de socorro aos incêndios florestais e homenagear a bravura e dedicação dos socorristas que arriscam as suas vidas para proteger as nossas”, disse o diretor da Academia, Harvey Mason Jr, na carta, coassinada pela presidente do Conselho de Curadores Tammy Hurt.

“Os Grammys não apenas homenagearão o talento artístico e as conquistas da nossa comunidade musical, mas também servirão como uma plataforma para amplificar o espírito de resiliência que define esta grande cidade de Los Angeles”, disseram Mason e Hurt.

A parte televisionada da gala ainda será transmitida pelo canal CBS.

O paradoxo de Beyoncé

Beyoncé e o álbum "Cowboy Carter", que enaltece a cultura dos cowboys negros, lideram as nomeações para os Grammys deste ano, com 11 possibilidades de vitória.

A estrela já é a artista mais nomeada e premiada da história dos Grammys, mas também a mais ignorada: nunca venceu os galardões de Álbum do Ano e Gravação do Ano, os mais prestigiados da cerimónia.

"Cowboy Carter" é o seu quinto álbum de estúdio a disputar o prémio principal. Taylor Swift, que já venceu quatro vezes, está entre as suas principais rivais na categoria.

Kendrick Lamar
Kendrick Lamar

A estrela do hip-hop Kendrick Lamar — cujo conflito com Drake originou "Now Like Us", uma das músicas mais virais do ano — recebeu sete nomeações, enquanto Post Malone, que recentemente colaborou com Beyoncé e Swift, conta com oito. Ambos são destaques nas categorias principais.

O facto de Beyoncé nunca ter vencido os grandes prémios reavivou as críticas de que a Academia tende a desvalorizar o trabalho de artistas negros.

"Cowboy Carter" é uma ousada e ambiciosa homenagem às suas raízes sulistas, questionando a indústria da música country, que há muito tempo promove uma visão rígida do género, predominantemente branco e masculino.

A relação por vezes tensa de Beyoncé com os Grammys “ilustra realmente as falhas na forma como as organizações pensam sobre estilo e género, especialmente no que toca à raça e ao género”, afirmou a musicóloga Lauron Kehrer.

“Acho que seria positivo se os Grammys mostrassem um pouco mais de empenho para lá da esfera pop branca” nas categorias principais, disse à AFP.

A Academia tem tomado medidas para expandir e diversificar o seu grupo de votantes nos últimos anos, o que, segundo Kehrer, significa que “temos mais perspetivas a serem consideradas”.