Ao convite do cantor, seguiu-se a escolha de repertório e o trabalho em estúdio, onde, “por uma razão ou outra”, não entrava há cerca de 20 anos, disse o fadista.
A sua discografia é diminuta, apesar de se ter estreado como fadista aos 20 anos, no Ribatejo; António Pelarigo conta uma participação na antologia “O mais triste fado”, ao lado de nomes como Fernanda Maria, Fernando Maurício e António Mourão, um único álbum, “Negro Xaile”, editado em 1995, e a participação numa outra antologia fadista.
Em declarações à Lusa, António Pelarigo afirmou que “agora, com este novo trabalho, será uma dedicação a tempo inteiro”, pois até aqui, “tinha um ofício e o fado, apesar de gostar muito (do convívio, das tertúlias, das fadistices) ficava sempre para depois”.
Ao longo da carreira privou com variados nomes do fado como Amália Rodrigues, João Ferreira-Rosa, Carlos Zel, entre outros, e recebeu convites para cantar em casas de fado, tanto em Lisboa, como no Porto, como artista residente, “mas, ora por isto, ora por aquilo não aconteceu”.
“Acasos da vida, histórias que são afinal o verdadeiro fado, por uma ou por outra razão levaram também a que não gravasse muito, e até cheguei a assinar um contrato com uma discográfica, que não se efetivou”, contou à Lusa.
O novo álbum de António Pelarigo, que conta com temas assinados por Rosa Lobato de Faria, Maria Manuel Cid, José Cid, Paulo de Carvalho e Maria Luísa Baptista, entre outros, é apresentado no dia 9 de outubro, em Lisboa, no Speakeasy. Referindo-se ao disco, o fadista afirmou que “este é um álbum desejado, que superou as espectativas que tinha”.
“Tive a sorte do José Cid apostar em mim e ajudou-me imenso”, disse o fadista, que reconheceu ser “uma aventura” a interpretação de alguns temas com banda.
“Foi uma aventura boa, eu estava habituado a cantar só à guitarra e à viola, mas até nesses temas com banda, a minha voz dá um jeitinho ao fado. Eu com este trabalho aprendi muito com os novos músicos”, sublinhou.
O álbum é constituído por 12 temas, José Cid assina cinco composições do álbum, e a letra e música de "O Cavalo e a Lua". Pelarigo assina a música e letra de “Senhora da Paz”, a que se junta, entre outros, “Bandeira Azul e Branca”, de autoria de Vítor Rodrigues, “um amigo” da sua terra natal, Caneiras de Santarém, onde realizou muitas tertúlias e fadistices, com, entre outros, Celeste Rodrigues, Jorge Fernando, José Pracana, João Braga e Pedro Lafões.
Em estúdio, entre outros, o fadista foi acompanhado por José Manuel Neto, Bruno Mira e Custódio Castelo na guitarra portuguesa, Pedro Pinhal e Carlor Velez, na viola, Amadeu Magalhães e Fernando Maia, na viola baixo, Chico Cardoso, na bateria, e José Cid, no acordeão. “Com estes músicos foi muito mais fácil para mim, aprendi muito, pois eles explicam, e gera-se um verdadeiro trabalho de equipa", enfatizou.
Do alinhamento fazem parte os fados tradicionais Três Bairros e Primavera, nos quais interpreta, respetivamente, “Verdes Campos, Verde Vida”, de Mª. Manuel Cid, e “Das Saudades Tenho Medo”, de João Ferreira-Rosa.
António Pelarigo, de 61 anos, apresenta o novo álbum, “em casa, em Santarém, no Concento de S. Francisco, num espetáculo com o José Cid e João Ferreira-Rosa” e será a primeira vez que se apresenta a solo num palco.
@Lusa
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