João Paulo Esteves da Silva abre o evento no dia 16. Trata-se de um dos pianistas maiores do jazz nacional, capaz de desconstrói e remontar melodias do cancioneiro popular português ou do repertório tradicional sefardita. O seu álbum «Memórias de Quem» mereceu a unanimidade dos aplausos e o dueto que gravou com o trompetista Dennis González, «Scapegrace», foi galardoado com o prémio Autores da SPA.
A 17, actua o californiano Tollem McDonas, que vem a Portugal apresentar o conceito de «eccentriclet music», a sua ideia pessoal das relações entre composição e improvisação, num contexto experimental. Intérprete de Debussy com Stefano Scodanibbio ou em contexto «free form» a solo com Vinny Golia, LaDonna Smith, Alex Cline, Gino Robair e Bruce Ackley, este descendente de irlandeses e cherokees tem-se distinguido pela forma como alicerça o factor experimentação nas tradições clássicas do jazz.
Bernardo Sassetti, por sua vez, actuará a 18 de Dezembro. Antigo aluno de Horace Parlan e Sir Roland Hanna, a sua visão do jazz incorpora elementos da música erudita e o tipo de atmosferas próprio das bandas sonoras para o cinema, actividade, de resto, a que se dedica em paralelo. Os seus mais recentes títulos, «Unreal – Sidewalk Cartoon» e «Motion», foram recebidos como autênticas pérolas de inventividade.
Finalmente, a 19 de Dezembro, Ran Blake e Sara Serpa, respectivamente em voz e piano, fecham o Ébano & Marfim Piano Festival. «Câmara Obscura», o álbum em duo destes dois músicos, faz passar as canções por uma lente artística, que projecta o seu som e significado com uma surpreendente e quase mágica clareza. No disco, a dupla traz inovação e criatividade às suas interpretações de standards, clássicos do jazz e originais, dando uma nova luz a cada tema.
Comentários