Os norte-americanos Danger Danger estão de regresso ao Casino do Estoril, a 20 de setembro, como cabeças de cartaz de mais uma Noite Rock em Stock com Luís Filipe Barros. A banda, que atuou em Portugal pela primeira vez em 2011, está a celebrar 25 anos de carreira e do lançamento do álbum homónimo de estreia com um conjunto de concertos comemorativos em que reúne, pela primeira vez em mais de uma década, os cinco elementos originais. Depois dos Estados Unidos e do Japão, a banda ruma a Inglaterra em outubro, para encerrar a já esgotada última edição do popular festival rock Firefest. Ao palco do Estoril, subirá a formação atual, em formato quarteto, com os clássicos que tomaram de assalto as playlists das rádios nos anos 80 e 90 e transformaram os Danger Danger numa das bandas de maior sucesso do hard rock, bem como algumas surpresas.
O Palco Principal falou, brevemente, com o baixista e compositor Bruno Ravel sobre o momento atual da banda, marcado pelos problemas atuais da indústria musical, e sobre as expetativas para o espectáculo em Portugal.
Palco Principal – Realizaram, recentemente, alguns concertos de reunião com os elementos originais dos Danger Danger [Bruno Ravel (baixo), Steve West (bateria), Ted Poley (voz), Andy Timmons (guitarra) e Kasey Smith (teclados)], nos Estados Unidos e no Japão, para celebrarem o vosso 25 aniversário. Como foi partilhar o palco, uma vez mais, com o Andy e o Kasey, depois de tantos anos?
Bruno Ravel – Foi explosivo! Divertimo-nos imenso no tempo que passámos juntos. Confesso que, no princípio, foi um bocadinho estranho, mas depois de algumas canções as coisas começaram a compor-se, e depois foi como se nunca nos tivessemos separado!
P.P. – E como foi a resposta do público?
B. R. – O público estava eufórico. Quase nem precisávamos de tocar! Podíamos ter ficado apenas parados em palco, todos juntos - era tudo o que as pessoas queriam ver.
P.P. – Foi-vos dada a “honra” de fechar, como cabeças de cartaz, o terceiro e último dia da edição final do festival Firefest, em outubro. Ao longo das 11 edições deste festival, tiveram oportunidade de atuar por diversas vezes e foram, sem dúvida, uma das presenças favoritas dos festivaleiros. O que é que reservam para este concerto de despedida e qual é a vossa perspetiva sobre o final do Festival, que era já, afinal, ponto de encontro de fãs e músicos deste género, vindos de todo o mundo?
B.R. – Sim, foi, realmente, uma honra sermos convidados para encerrar o Firefest e será, certamente, uma noite memorável. O nosso espectáculo é pura energia e diversão. É o que as pessoas esperam de nós, e nós não vamos desapontá-las! Poderá haver uma surpresa ou duas no alinhamento e, claro, muito disparate no encerramento! Sobre o final do festival o meu sentimento é de tristeza, mas claro que entendo as razões da organização. Construir um festival daquela dimensão é uma tarefa de grande peso e o Kieran [Dargan, da organização] achou que é chegada a hora de acabar. Mas tenho a certeza de que alguém vai dar início a um festival semelhante em breve, se houver vontade por parte do público.
P.P. – Dentro de uma semana, os Danger Danger regressam, também, a Portugal, pela segunda vez. Considerando que o vosso primeiro concerto por cá aconteceu quando vocês já tinham mais de duas décadas de carreira, esperavam umas boas-vindas tão entusiásticas como as que receberam no Estoril, em 2011?
B.R. – Nunca poderíamos antever a resposta que tivemos das pessoas maravilhosas de Portugal! Foi fantástico! Mal podemos esperar pela próxima semana!!
P.P. – O que é que têm na manga para o público português, desta vez? O vosso último album, “Revolve”, de 2009, é excelente… Além dos clássicos, estão previstos alguns temas mais recentes, que ainda não tivemos oportunidade de ouvir ao vivo?
B.R. – O nosso alinhamento vai incluir todos os temas que as pessoas estão à espera de ouvir, bem como alguns temas novos adicionais!
P.P. – Relativamente ao futuro, existe algum álbum novo no horizonte? Algumas das bandas do género têm afirmado que não veem vantagem em gravar música nova e o Gene Simmons [Kiss] afirmou, recentemente, a propósito do momento atual da indústria discográfica, que "o Rock está, finalmente, morto". Qual é a sua opinião, enquanto músico, compositor e produtor?
B.R. – Infelizmente, não existe álbum novo no horizonte. O Steve [West, co-compositor dos Danger Danger] não está interessado e eu não quero avançar com um álbum novo sem que toda a equipa esteja entusiasmada e empenhada 100% nele. Sim, o Gene Simmons tem razão, na medida em que a forma como as bandas costumavam conduzir as suas carreiras está totalmente morta. No entanto, isso não quer dizer que a música vá desaparecer completamente. Ela vai reinventar-se de alguma forma e continuar. Quanto a mim, a minha carreira tem vindo a decrescer: de demasiado trabalho para menos e menos, a cada ano que passa. Isso tem a ver com o estado da indústria musical, mas também com a minha idade. Este é um jogo para gente jovem e eu compreendo isso. Tenho-me concentrado, cada vez mais, em áreas não relacionadas com a música e virei a ganhar a minha vida totalmente fora da música muito em breve. Irei sempre tentar tocar e produzir de alguma forma, pela diversão que me proporciona, mas contar com isso como a minha única forma de rendimento, neste momento, seria ignorância da minha parte.
P.P. – Muito obrigada!
B.R. – Muito obrigado! Vemo-nos na próxima semana!
O concerto conta com abertura por parte dos portugueses Hot Stuff e termina com uma noite de clássicos pela mão de Luís Filipe Barros, até de madrugada. Bilhetes à venda nos locais habituais.
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