A exposição, na reitoria daquela universidade, intitula-se “Do que um homem é capaz” e é “a primeira apresentação ao público do acervo documental físico e digital” deixado por José Mário Branco, que morreu em 2019.
Esta exposição é uma iniciativa do Centro de Estudos e Documentação José Mário Branco – Música e Liberdade, criado naquela universidade para estudar e catalogar o arquivo documental que a família do músico decidiu confiar à instituição.
Em nota de imprensa, a universidade explica que no inventário feito em 2021 “foram identificadas 310 pastas guardadas em 57 caixas”.
“A par de partituras, cifras, letras, mapeamentos de concertos, encontramos nas cerca de 20.000 folhas do acervo listas de contactos telefónicos, recibos e orçamentos, correspondência variada com editoras, postais, contratos, guiões de séries de animação, entre outras tipologias documentais”, elencou a Universidade Nova de Lisboa.
É a partir desse acervo que se organiza a exposição, revelando documentação relacionada com a produção discográfica, com atividades relacionadas com teatro ou cinema, “documentação relacionada com o percurso cívico e político” e também com documentos do fundo fonográfico.
José Mário Branco, um dos mais importantes nomes da música portuguesa do século XX, em particular desde a década de 1970, morreu aos 77 anos, em novembro de 2019.
Anos antes, o músico tinha encetado um trabalho de identificação e catalogação da obra escrita e musical em conjunto com o Instituto de Etnomusicologia - Centro de Estudos em Música e Dança (INET-md) e o Centro de Estudos de Sociologia e Estética Musical (CESEM), daquela universidade.
A digitalização de mais de um milhar de documentos, como partituras, cartas e letras de canções, já tinha sido tornada pública e colocada online na página arquivojosemariobranco.fcsh.unl.pt, com direção científica de Manuel Pedro Ferreira.
A Universidade Nova de Lisboa lembra que foi ainda durante o exílio em França, antes da Revolução de Abril de 1974, que José Mário Branco começou a organizar pastas com documentação sobre as atividades nas quais estava envolvido e que esse trabalho foi mantido até ao final da vida, e guardado em caixas em casa.
Só depois da morte do músico é que a família assinou, em 2021, um protocolo de cedência do espólio para organização e catalogação, criando-se o Centro de Estudos e Documentação José Mário Branco - Música e Liberdade.
A exposição “Do que um homem é capaz” ficará patente até 18 de outubro.
Comentários