Numa mensagem publicada na rede social X, Macron recordou algumas das personagens que mais marcaram a sua filmografia, salientando que Alain Delon “desempenhou papéis lendários e fez todo o mundo sonhar”.

“Melancólico, popular, secreto, era mais do que uma estrela: um monumento francês”, concluiu o chefe de Estado, que ilustrou a sua mensagem com uma fotografia do ator na sua juventude e com o Arco do Triunfo, em Paris, como pano de fundo.

Jack Lang, que foi ministro da Cultura durante a presidência do socialista François Mitterrand, recordou, numa entrevista à estação de rádio France Info, a grande amizade que o uniu ao que descreveu como um “imenso ator”, assim como a homenagem que lhe foi prestada no Festival de Cinema de Cannes, quando estava à frente do ministério.

Lang afirmou que, apesar de ser conhecido que Alain Delon era de direita, teve uma “relação de respeito e mais tarde de afeto” com François Mitterrand, a quem prestou homenagem aquando da sua morte em 1996.

Emmanuel Macron créditos: Lusa

“Alain Delon já não existe. Pensávamos que era imortal por ter tido várias vidas”, publicou, por sua vez, no X a ministra demissionária da Cultura, Rachida Dati, considerando que França ficou “órfã da sua mais bela encarnação no ecrã’.

O ator francês Alain Delon, um ícone do cinema, morreu aos 88 anos, anunciaram hoje de manhã os seus três filhos numa declaração conjunta à AFP.

"Alain Fabien, Anouchka, Anthony, assim como (o seu cão) Loubo, têm a imensa tristeza de anunciar a partida do seu pai. Faleceu pacificamente na sua casa em Douchy, rodeado pelos seus três filhos e pela sua família. (...) A família pede gentilmente que respeitem a sua privacidade neste momento de luto extremamente doloroso", diz o comunicado, citado pela AFP.

Figura central em mais de cinco décadas de constantes transformações do cinema francês, Delon deixa um legado de 122 filmes, 88 dos quais como ator, dois como realizador e 32 como produtor, numa carreira ligada a realizadores como Jean-Pierre Melville (“O Círculo Vermelho”, “O Silêncio de um Homem”), Luchino Visconti (“Rocco e os Seus Irmãos”, “O Leopardo”), René Clément (“Em Pleno Sol”) ou Louis Malle (“Almas a Nu”), entre muitos outros.

Em termos de prémios, desde a sua primeira aparição no grande ecrã, em 1957, Delon ganhou um César de Melhor Ator em 1985 por “A Nossa História”, de Bertrand Blier, o Urso de Honra no Festival de Cinema de Berlim em 1995 e o Prémio do Festival Internacional de Cinema de Berlim. Em maio de 2019, obteve o seu reconhecimento mais notável, ao receber a Palma de Ouro honorária em Cannes.