A caminho dos
Óscares 2022
O filme “O Bom Patrão”, de Fernando León de Aranoa, conquistou as principais categorias dos prémios Goya do cinema espanhol, entregues na noite de sábado, arrecadando o galardão de Melhor Filme e Melhor Realização.
Em exibição em Portugal, a comédia, que narra a vida de Julio Blanco, um patrão charmoso e manipulador, e se tornou na obra com mais nomeações de sempre dos prémios do cinema espanhol - com 20, sete das quais para os atores - ganhou também nas categorias de Banda Sonora, Argumento Original e Montagem, além de ter conseguido que Javier Bardem fosse considerado o Melhor Ator.
No discurso de agradecimento, Bardem, que aumentou para seis o ator espanhol com maior número de Goyas e o único do país a ter vencido um Óscar, dedicou o prémio aos filhos e às mulheres da sua vida, ambas atrizes: Penélope Cruz, com quem é casado, e a mãe, Pilar Bardem, que morreu no ano passado.
O filme também elevou para três os prémios de Melhor Realização de Fernando León de Aranoa, acedendo a um clube exclusivo que tinha apenas como membro Pedro Almodóvar, cujo filme "Mães Paralelas" recebera oito nomeações e foi o único dos favoritos que ficou sem qualquer prémio.
“Maixabel”, de Iciar Bollaín, ficou-se com três prémios em 15 nomeações, nas importantes categorias de Melhor Atriz (Blanca Portillo), Ator Secundário (Urko Olazabal) e Atriz Revelação (María Cerezuela).
Também três foi o número alcançado por “Mediterrâneo”, de Marcel Barrena, enquanto “As Leis da Fronteira”, de Daniel Monzón, recebeu cinco distinções, principalmente em categorias técnicas, além de ter conseguido Melhor Argumento Adaptado (está disponível na Netflix). "Libertad" ficou com dois prémios, incluindo o de Atriz Secundária para Nora Navas.
Portugal apresentou, sem sucesso em alcançar uma nomeação, o filme “Listen”, de Ana Rocha de Sousa, à categoria de Melhor Filme Europeu, enquanto “Ordem Moral”, de Mário Barroso, foi candidato a Melhor Filme Ibero-americano. A primeira foi conquistada por "Mais uma Rodada", de Thomas Vinterberg, enquanto a segunda foi para "La cordillera de los sueños", de Patricio Guzmán.
No entanto, "O Macaco" recebeu o prémio de Melhor Curta-Metragem de Animação: realizada pelo italiano Lorenzo Degl'Innocenti e o espanhol Xosé Zapata, a curta de 17 minutos é uma co-produção maioritária portuguesa, através da produtora Sardinha em Lata.
"Em 1588, um náufrago da Armada Invencível, enviada de Portugal por Felipe II para conquistar Inglaterra, é capturado numa praia da Irlanda. Aí é julgado, condenado a ser enforcado, acabando por morrer. Tudo isto seria razoável segundo as leis da guerra e do ódio entre seres humanos, o problema é que o prisioneiro é um macaco", descreve a sinopse oficial.
A cerimónia precisou de três horas e 18 minutos a um ritmo "glacial", como descreveu o jornal El País, para entregar 28 prémios e dois honorários, incluindo o primeiro Goya Internacional a Cate Blanchett, recebido das mãos de Penélope Cruz e Pedro Almodóvar.
Confessando apenas saber dizer "obrigada" em castelhano, mas ter esperança de melhorar no filme que vai fazer com o realizador, a atriz australiana recordou ainda no seu discurso que a descoberta do cinema de Luis Buñuel durante o liceu mudou a forma como via o mundo.
Os Goyas são entregues anualmente para condecorar os melhores profissionais em cada uma das diversas especialidades do setor.
O prémio consiste num busto de Francisco Goya, considerado o mais importante artista espanhol do final do século XVIII e começo do século XIX, feito em bronze pelo escultor José Luis Fernández.
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