Figura emblemática do cinema africano entre 1980 e 2000, autor de cerca de 40 filmes, Idrissa Ouédraogo foi premiado nos maiores festivais de cinema e obteve o Grande Prémio do Júri em Cannes pelo filme “Tilai”, em 1990.
Morreu “esta manhã às 05:30 [mesma hora em Portugal] em consequência de doença”, numa clínica de Uagadugu, refere o comunicado da União de Cineastas.
Idrissa Ouédraogo começou a carreira cinematográfica em 1981 com uma ficção intitulada “Poko”, que ganhou, nesse mesmo ano, o prémio de melhor curta-metragem do Festival Panafricano de Cinema e de Televisão de Uagadugu (Fespaco), o maior festival de cinema da África subsaariana.
Após completar a formação no Instituto de Altos Estudos Cinematográficos na universidade Paris-Sorbonne, realizou em 1986 a primeira longa-metragem, “Yam daabo” (“A escolha”), seguindo-se dois anos depois “Yaaba” (“Avó”).
Em 1990 apresentou “Tilai”, a transposição de uma tragédia grega para a África contemporânea, que triunfou em Cannes e no Fespaco, festival do qual foi presidente do júri em 2003.
Fundou também a Associação de Autores, Realizadores e Produtores Africanos de Cinema, ARPA, em parceria com a cadeia de televisão francesa codificada Canal Plus.
Idrissa Ouédraogo tentou ainda o teatro, levando à cena “A tragédia do rei Christophe”, de Aimé Césaire (poeta e dramaturgo da Martinica, ideólogo do conceito da negritude) na prestigiada Comédie-Française, em Paris.
“O Burquina Faso acabou de perder um realizador com imenso talento”, que “fez muito para promover o cinema burquinabê e africano além das nossas fronteiras”, disse o presidente do Burquina Faso, Roch Marc Christian Kaboré, num comunicado divulgado hoje.
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