«Avatar»,
«Girlfight»,
«Velocidade Furiosa» e
«Machete» são alguns dos filmes de ação abrilhantados pelo talento de
Michelle Rodriguez, uma atriz que adora interpretar mulheres fortes e que fala de tudo sem quaisquer papas na língua. A motivo é a estreia do seu mais recente filme,
«Resident Evil: Retaliação».
Regresso dos mortos
Bom, eu não posso explicar como é que regresso do mundo dos mortos, mas tudo o que posso dizer é que quando os cientistas mexem com as criações dos deuses, muita coisa má pode acontecer. Mas posso dizer que nunca pensei voltar à série. Até porque no primeiro filme eu levei um tiro na cabeça e tive o meu cérebro espalhado no cenário.
Trabalhar com a equipa de «Resident Evil»
Eu adoro estes tipos, são excelentes, são um grupo muito profissional. Repare, 40% das pessoas com quem trabalhei no «Resident Evil: Retaliação» já estavam no
filme original e ainda continuam no quinto filme. Há um imenso nível de lealdade, e também de brincadeira. É por isso que a série sobrevive há tanto tempo, porque as pessoas que a fazem adoram fazê-la e são boas a fazê-la. É mesmo um óptimo ambiente. Assim que descobri que havia uma explicação lógica no mundo da ficção científica para trazerem a minha personagem de volta, eu disse «uau, espetacular, mal posso esperar para trabalhar outra vez convosco».
A paixão por filmes de ação
Eu gosto de fazer filmes de acção e de ser uma «action-girl», tudo o resto aborrece-me. E acho que se há raparigas a fazerem papéis sexy tão bem, para que é que é preciso mais uma? Fazer drama é porreiro, mas eu não me quero ligar a isso, pelo menos não agora. Quer dizer, eu já fiz drama e fiz aquilo bem, e sei que consigo fazer material muito dramático se for preciso. E senti-me muito bem quando percebi isso, mas não quero ser uma atriz dramática, não estou interessada em fazer carreira assim. Prefiro conectar-me com milhões de pessoas em todo o mundo ao mesmo tempo com três segundos de uma imagem forte que eles recordarão por muito tempo, do que tocar cinco pessoas num filme «indie» e sem ganhar dinheiro nenhum. Aliás, eu já estou quase na penúria porque não me dispo.
Amante das emoções extremas
Adoro fazer coisas diferentes e arriscadas. A coisa mais arrojada que faço é saltar de aviões, mas pensando bem isso nem é assim tão arriscado porque a taxa de mortes aí é muito menor que a de peões a atravessarem a rua. Para mim o ideal é meter-me num avião a cada dois meses e ir rodar num sítio diferente. Viajo muito e gosto de me manter ativa. Se me propuserem fazer algo excitante como saltar de um penhasco para a água, eu estou lá não digo que não.
Suavidade americana
Quando pensei em ser atriz, já calculava que a minha carreira tenderia para aqui. Não gosto da forma suave como a maioria doas filmes americanos trata as mulheres. Mesmo nos filmes das mulheres de ação, as coisas correm mal. Premeia-se uma rapariga por encarnar uma mulher forte de luvas de boxe, como no
«Million Dollar Baby», mas ela leva pancada o filme todo e morre no fim? Alguém está a prestar atenção ao filme ou só aos símbolos? A iconografia toma conta de tudo e as pessoas acabam por cair na ilusão de que algo mudou quando continuamos a ser iguais ao que éramos há 20 anos. Por exemplo, já viu a diferença entre o
«Millenium» sueco e o
americano? Como é possível que tenha sido a Lisbeth Salander do americano a ser nomeada ao Óscar? Quando o filme foi refeito nos EUA, a rapariga, que é forte mas é violada várias vezes, já não mata deliberadamente o inimigo e a cena de sexo é muito menos feroz, ela torna-se muito mais frágil.
Mulheres ao poder
Não protagonizo um filme desde o «Girlfight». Mas é porque não encontrei a coisa certa para mim, aquele equilíbrio entre femininidade e masculinidade num filme de acção. Mas é difícil, eu gosto de fazer isso fora do cinema de ficção cientifica, porque está mais próximo da nossa realidade, porque cada vez que se dá poder a uma mulher no cinema ela é transformada num super-heroi, num vampiro ou em algo que é intagivel à realidade. E acho que isso não é eficaz para o meu verdadeiro propósito, que é o de inspirar as mulheres de todo o mundo a serem fortes e assertivas.
Veja aqui as
entrevistas do SAPO a Paul W.S.Anderson e a
Milla Jovovich.
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