O Festival Internacional de Cinema de Busan (BIFF), da Coreia do Sul, o maior da Ásia, prestará uma homenagem póstuma em outubro ao ator Lee Sun-kyun, mais conhecido pelo seu papel em “Parasitas”, em outubro, anunciaram os organizadores esta sexta-feira.

O Festival irá premiá-lo com o Korea Cinema Award durante a sua cerimónia de abertura em 2 de outubro, disseram em comunicado de imprensa, enfatizando que Lee Sun-kyun "conquistou os corações dos cinéfilos coreanos e internacionais graças aos seus vários trabalhos".

O festival, que vai até 11 de outubro, também contará com uma exibição especial de seis filmes e obras televisivas protagonizadas pelo ator: além do filme vencedor de vários Óscares, incluem-se "Our Sunhi" (2013) e parte da série de TV "My Mister" (2018). A programação também inclui o trabalho final de Lee, lançado postumamente, “Land of Happiness” (2024).

Lee Sun-kyun com Cho Yeo-jeong em 'Parasitas'

O ator foi encontrado morto, aos 48 anos, num carro em Seul, em 27 de dezembro, com uma nota “semelhante a um testamento”, segundo a agência de notícias Yonhap.

Alvo de uma investigação por alegado consumo de cannabis e outras drogas psicotrópicas em outubro, os vazamentos de informação confidencial desencadearam uma cobertura frenética da imprensa e uma enxurrada de conteúdos prejudiciais nas redes sociais.

Outrora celebrado pela sua imagem saudável e uma das maiores estrelas do país, Lee viu a sua reputação manchada e o escândalo privou-o de contratos publicitários e de aparições na televisão e em filmes, num prejuízo estimado em dez mil milhões de won (7 milhões de euros) pela imprensa sul-coreana.

Além da pressão mediática, Lee Sun-kyun teve de se submeter a interrogatórios policiais: o último, no dia 23 de dezembro, durou dezanove horas.

Desde então, os peritos deploraram a falta de presunção de inocência, que criou uma atmosfera pouco saudável, e foi aberta uma investigação, visando um polícia suspeito de ter divulgado detalhes confidenciais do caso, como excertos de áudio de conversas telefónicas privadas.

Foi um “assassinato social”, criticou na altura Yu Hyun-jae, professor de comunicação da Universidade Sogang, em Seul, que apontou a responsabilidade partilhada dos meios de comunicação, da polícia e do público, na “enorme humilhação” que o ator teve de suportar.