Johnny Depp colocou o boné de realizador de cinema para apresentar o seu filme sobre o artista Amedeo Modigliani (1884-1920) no Festival de San Sebastián, sempre fiel à estrela norte-americana.

Marcando presença na cidade no norte da Espanha, Depp continua a sua reabilitação no mundo do cinema, após vencer um julgamento por difamação contra sua ex-esposa, Amber Heard, que o acusou de violência doméstica, em alegações que fizeram com o que fosse marginalizado pelos estúdios de Hollywood.

Em conferência de imprensa, o protagonista da saga "Piratas das Caraíbas" não comentou a sua tumultuosa batalha judicial e concentrou-se exclusivamente em defender o seu novo filme, "Modi, Three Days on the Wing of Madness", na posição de realizador.

Depp contou que a experiência foi "muito melhor, mais positiva com este filme" do que com o anterior que dirigiu, "O Bravo" (1997), no final do qual pensou em "nunca mais tentar dirigir um filme".

O projeto chegou-lhe através de uma chamada do ator Al Pacino, que o convidou a dirigi-lo.

"Quando Pacino fala, a gente escuta", afirmou Depp, de 61 anos, com o seu habitual estilo rock, usando óculos de lentes azuis e chapéu de cowboy.

A longa-metragem retrata três dias na vida do italiano Amedeo Modigliani (interpretado pelo ator italiano Riccardo Scamarcio), quando era apenas mais um artista tentando sustentar-se numa Paris assolada pela guerra em 1916.

Perseguido pela polícia, Modigliani deseja fugir para a sua cidade natal, Livorno, mas precisa esperar três dias para se encontrar com um famoso colecionador (interpretado por Pacino), enquanto se diverte com os seus amigos pintores Maurice Utrillo e Chaim Soutine, e sua musa, Beatrice Hastings.

O filme foi exibido na mostra oficial, mas fora da competição.

Na sua crítica, a revista The Hollywood Reporter fala de um filme "insípido", mas 'ao menos', melhor do que o filme de 2004 sobre o artista com Andy Garcia. Mais elogiosa, a Variety destaca que é um filme "sincero" na sua admiração pelo retratado.

San Sebastián mantém uma relação historicamente boa com Depp, mesmo nos anos da sua batalha judicial com Heard, chegando a conceder-lhe em 2021 o Prémio Donostia honorário pela sua carreira.