A 4 de março foi anunciado o adiamento de abril para novembro da estreia do novo James Bond.
Desde então, Hollywood tem vindo a adaptar-se aos efeitos brutais da pandemia do coronavírus e do "distanciamento social", que levaram à quarentena de milhões de pessoas e ao fecho dos cinemas em muitos países.
No espaço de três semanas, a indústria praticamente parou, os "blockbusters" previstos até junho foram adiados e os filmes que estavam nos cinemas passaram rapidamente para o video-on-demand e plataformas de streaming.
Jason Blum, o fundador da Blumhouse, a famosa produtora especializada em filmes de terror de baixo orçamento que se tornam fenómenos (como "Atividade Paranormal", "A Purga", "Foge", "Fragmentado" e o recente "O Homem Invisível") pensa que a indústria do cinema vai ficar muito diferente após tudo o que tem vindo a acontecer.
Todos estes filmes a chegar mais cedo a casa das pessoas levam o produtor a pensar que a tradicional "janela" de exclusividade dos filmes nos cinemas vai encolher ainda mais quando tudo regressar ao normal em Hollywood. Ou seja, uma revolução.
"Acho que não é realista pensar que todos os estúdios vão esperar quatro meses antes de colocar um filme em casa. Eles simplesmente não podem competir, vão ter de o fazer com a Amazon, Netflix e Apple de forma diferente", revelou numa entrevista ao The Daily Wire feita quando os cinemas ainda não estavam todos fechados.
"Vai haver mudanças. O consumidor vai ficar mais habituado a estar em casa. Alguma coisa vai ter de ceder, vai ter de acontecer alguma coisa... a indústria do cinema vai parecer diferente depois disto", reforçou.
Jason Blum não pensa que isto vá ser o fim dos cinemas, mas a programação e o tempo de exibição vai mudar.
"Acho que a experiência coletiva de ir ao cinema e ver um filme vai continuar a existir durante muito tempo. Acho que haverá menos filmes nos cinemas, vai haver menos variedade. Ou deveria antes dizer, vai haver muito menos filmes nos cinemas com a 'janela' [de exclusividade] e acho que haverá muito mais filmes nos cinemas, mas apenas vão durar uma ou duas semanas", prevê.
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