Numa carta aberta publicada na Variety, as organizações LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transgéneros) GLAAD e o 5050by2020 - uma iniciativa estratégica dentro da organização Time's Up - instou grupos de trabalho e estúdios a darem prioridade às histórias relacionadas com pessoas transexuais.
Esta mobilização de apoio, sem precedentes, surgiu com a polémica suscitada depois de a atriz Scarlett Johansson ter abandonado abruptamente o filme "Rub and Tug", no qual interpretava um homem transgénero, na sequência de protestos daquela comunidade.
"Acreditamos que estamos num momento cultural sem precedentes - um momento em que podemos pedir a Hollywood para usar seu poder para melhorar a vida das pessoas trans, mudando a compreensão dos Estados Unidos sobre quem são as pessoas trans", lê-se na carta, que prossegue: "Queremos ajudá-lo a contar as nossas histórias ricas e diversificadas, e para tal precisamos da sua ajuda”.
Entre os signatários incluem-se as principais agências de talentos, como a CAA, ICM Partners, UTA e WME, empresas de produção, como a Array Alliance, a Bad Robot, e a Act III. Outras organizações envolvidas incluem a Casting Society of America, a Participant Media e a SAG-AFTRA.
“Hollywood conta histórias que ajudam as pessoas a entender como se sentem em relação a si mesmas e às outras pessoas, à sua volta, que são diferentes”, diz a carta.
“Como disse Roger Ebert, o cinema é uma máquina de empatia. Sabemos que projetos como 'Ellen', 'Will & Grace', 'Brokeback Mountain', 'Milk' e 'Moonlight' ajudaram a derrubar estereótipos sobre gays e lésbicas, e a linha de tempo para a igualdade no casamento teria sido muito diferente sem eles. Mulheres, pessoas de cor, pessoas com deficiências e diversos grupos religiosos deixaram claro que querem mais histórias autênticas sobre as suas vidas em filmes e na televisão. As pessoas trans sentem o mesmo”, acrescenta.
Além da carta, o GLAAD e o 5050by2020 também criaram um guia de recursos para os estúdios e as empresas usarem quando procurarem escritores e talentos trans. Este documento detalha como criar papéis autênticos e como tornar os ambientes de trabalho seguros e “trans-inclusivos”.
Este movimento foi desencadeado na esteira do escândalo sobre casos de assédio sexual e discriminação de género em Hollywood, e passou a incluir outras causas, explicou a cofundadora do 5050by2020 Jill Soloway, em entrevista à Variety.
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