A oitava edição do festival decorrerá em novembro, mas a organização divulgou hoje o programa geral, contando com
«A Vida Invisível», de Vítor Gonçalves, na competição internacional, secção para a qual foram selecionadas 18 produções internacionais.

Produzido pela Rosa Filmes, o filme é protagonizado por Filipe Duarte, Maria João Pinho, João Perry, Pedro Lamares e Susana Arrais, e assinala o regresso de Vítor Gonçalves às longas-metragens, depois de «Uma Rapariga no Verão», de 1986.

Nascido nos Açores, em 1951, Vítor Gonçalves co-produziu ainda «O Sangue», de Pedro Costa, e «A Nuvem», de Ana Luísa Guimarães, e é professor na Escola Superior de Teatro e Cinema desde 1982.

Na secção Cinema XXI, dedicada «às novas tendências cinematográficas», a competição integra dois documentários portugueses:
«O Novo Testamento de Jesus Cristo segundo João», de
Joaquim Pinto e Nuno Leonel, e «A Mãe e o Mar» (na imagem), de Gonçalo Tocha. O primeiro regista a leitura de um texto bíblico - o Evangelho segundo São João - pelo ator Luís Miguel Cintra, durante uma tarde, até ao pôr do sol. Joaquim Pinto e Nuno Leonel voltam a marcar presença num festival internacional depois de terem visto o documentário «E Agora? Lembra-me» ser premiado no festival de Locarno, na Suíça, e no festival de Valdivia, no Chile.


«A Mãe e o Mar», de
Gonçalo Tocha, revela uma tradição quase extinta, de mulheres pescadoras e mestre de barcos em Vila Chã, localidade a norte de Vila do Conde.

Gonçalo Tocha, autor do documentário
«É na Terra, não é na Lua», sobre a ilha açoriana do Corvo, começou por rodar uma curta-metragem, encomendada pelo projeto Estaleiro, de Vila do Conde, mas acabou por ter material para uma «longa». O resultado é «A Mãe e o Mar», um «mergulho das 20.000 léguas submarinas, uma apneia muito profunda, um filme um bocado duro». «Não há música, aquilo é um mergulho puro e duro e é para quem consegue respirar», disse o realizador à Lusa, em julho, quando o filme se estreou em Vila do Conde.

O programa completo da secção Cinema XXI só será revelado no dia 23, e os filmes selecionados serão exibidos no MAXXI - Museu de Arte do século XXI. A oitava edição do Festival Internacional de Cinema de Roma decorrerá de 8 a 17 de novembro, e conta com um orçamento de sete milhões de euros.

O júri da competição internacional - com filmes concorrentes ao prémio Marco Aurélio de ouro - será presidido pelo realizador norte-americano James Gray.

O festival irá ainda assinalar os vinte anos da morte do realizador italiano Federico Fellini