Maria Contreras-Sweet disse que o acordo tinha sido alcançado com o escritório do procurador-geral do estado de Nova Iorque, que no mês passado processou a Weinstein Company por medo de que a sua venda iminente deixasse as vítimas de supostos abusos sexuais sem uma recompensa adequada.
"A nossa equipa está satisfeita por anunciar que deu um passo importante e alcançou um acordo para comprar os ativos da The Weinstein Company para lançar uma nova empresa", informou Contreras-Sweet em comunicado.
O conselho de administração da The Weinstein Company (TWC) confirmou o acordo na quinta-feira, indicando que este "abre um caminho claro para compensar as vítimas e proteger os empregos do nosso pessoal".
"Entramos num acordo para vender os ativos da The Weinstein Company a um grupo investidor liderado por Maria Contreras-Sweet e Ron Burkle", acrescenta.
"Consideramos que é um desfecho positivo no âmbito do que foram circunstâncias incrivelmente difíceis", afirma o comunicado.
A ex-funcionária afirmou que a sua intenção é "construir um estúdio de cinema liderado por um conselho diretor formado por uma maioria de mulheres independentes, salvar 150 empregos, proteger os pequenos negócios aos que se deve dinheiro e criar um fundo de compensação às vítimas".
The Weinstein Company esteve perto de fechar um acordo com um grupo investidor liderado por Contreras-Sweet no mês passado, até que o procurador-geral de Nova Iorque, Eric Schneiderman, iniciou ações legais e impôs vários critérios sobre uma eventual venda.
Schneiderman disse que qualquer negócio devia contemplar uma indemnização adequada para as vítimas, proteger os empregados e afastar os executivos que fizeram vista grossa aos abusos de Weinstein durante anos.
A empresa entrou em queda livre quando começaram a ser divulgadas, em outubro passado, as denúncias de assédio sexual, abuso e violação de mais de uma centena de mulheres contra Harvey Weinstein, cujos filmes receberam mais de 300 nomeações aos Óscares e 81 estatuetas.
Weinstein foi demitido do cargo de diretor da companhia após a revelação do escândalo, e depois renunciou ao conselho de administração.
Weinstein, casado, pai de cinco filhos, é investigado pela polícia dos Estados Unidos e Grã-Bretanha, mas não foi acusado de nenhum crime. Assegura que todas as suas relações foram consensuais e supostamente está em tratamento por dependência sexual.
Luz verde do Procurador de Nova Iorque
O procurador do estado de Nova Iorque, que bloqueou no início de fevereiro um primeiro projeto de reativação de Contreras-Sweet, com o argumento de que os fundos previstos para indemnizar as vítimas de abuso sexual por parte de Weinstein eram insuficientes e que a direção da nova sociedade incluía membros que esconderam as suas ações, também aprovou o projeto atual.
"Estamos felizes de ter recebido compromissos expressos das partes de que a nova entidade criará um fundo de compensação real para as vítimas, bem alimentado, e aplicará uma política de recursos humanos que protegerá os empregados e não recompensará indevidamente os maus atores", expressou em comunicado na noite de quinta-feira.
O procurador, que não abandona o processo apresentado no civil contra o estúdio, por não ter protegido os seus empregados da conduta do produtor, deu a entender que o novo projeto ainda deve ser finalizado.
"Trabalharemos com as partes nas próximas semanas para garantir que honrem os seus compromissos", disse, antes da assinatura definitiva.
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