A caminho dos
Óscares 2018
Se as cerimónias anteriores serviram de lição (principalmente a de 2017), esperar o esperado na noite mais importante de Hollywood nunca é uma boa ideia.
Estes são cinco dos pontos que vão estar debaixo de olho na cerimónia deste domingo.
O fantasma do envelope
A célebre gaffe da troca do envelope foi talvez um dos momentos mais constrangedores na história dos Óscares, mas não se espere que o anfitrião Jimmy Kimmel evite usar a palavra "envelope" para fazer uma boa piada às custas da Academia.
Após receber o envelope errado, Warren Beatty e Faye Dunaway anunciaram o musical "La La Land" como o vencedor da estatueta de Melhor Filme quando, na realidade, o prémio era do drama "Moonlight".
Os auditores da PricewaterhouseCoopers foram os responsáveis pela confusão.
Na edição deste domingo espera-se que o erro, que instaurou o caos no fim do espetáculo, seja parte do monólogo de abertura de Kimmel e dos próprios apresentadores dos prémios.
Duelo renhido
"A Forma da Água", aclamada história fantástica passada em plena Guerra Fria, alcançou o maior número de nomeações, 13. O seu principal rival, "Três Cartazes à Beira da Estrada", tem sete.
Mas o drama obscuro de Martin McDonagh aparece como favorito a levar o prémio de melhor filme, apesar das críticas que recebeu pelo tratamento que deu aos temas raciais na narrativa.
Mas, os Óscares estão repleto de surpresas e não se pode descartar que "Foge", uma sátira de terror que ocupa o terceiro lugar nas pesquisas, acabe por ser o grande vencedor.
#Metoo e Time's Up
Os movimentos #MeToo e Time's Up contra o abuso sexual e a desigualdade de género na indústria têm sido protagonistas desta temporada de prémios, inspirando muitos discursos poderosos e transformando a passadeira vermelha em simbólicos desfiles de vestidos pretos durante os Globo de Ouro e os britânicos Bafta.
Ainda que não haja um apelo oficial para este domingo, várias atrizes disseram que se vestirão de preto em apoio à causa.
Ryan Seacrest, o célebre entrevistador do canal E!, enfrenta o seu próprio escândalo após uma denúncia de assédio da sua ex-estilista.
O canal manifestou o seu apoio a Seacrest e disse que ele estará na passadeira vermelha no domingo como habitualmente.
Romper com os padrões
A 90ª edição dos Óscares está repleta de nomeações que rompem velhos padrões.
A diretora de "Mudbound - As Lamas do Mississipi", Dee Rees, é a primeira mulher negra nomeada ao Melhor Argumento Adaptado enquanto a sua diretora de fotografia, Rachel Morrison, é a primeira mulher a ser nomeada nessa categoria.
"Mudbound" também recebeu uma indicação inédita para a diva Mary J. Blige, a primeira pessoa que compete por melhor atuação e melhor canção original no mesmo filme.
Yance Ford ("Strong Island") é a primeira cineasta transgénero nomeada e Jordan Peele ("Foge") é o primeiro cineasta negro nomeado por realização, argumento e filme.
Peele é o quinto cineasta negro já nomeado e pode ser o primeiro a ganhar.
Greta Gerwig ("Lady Bird") é a quinta realizadora na história a ser nomeada e a primeira que consegue entrar nos prémios na sua estreia como realizadora.
Esta edição também é a primeira que nomeia um filme de super-heróis a Melhor Argumento Adaptado ("Logan") e um ator com mais de 87 anos para a categoria de interpretação: Christopher Plummer em "Todo o dinheiro do mundo".
Um teste para Kimmel
O comediante Jimmy Kimmel vai apresentar os Óscares pela segunda vez consecutiva e a crítica espera ver como ele conseguirá o equilíbrio para abordar o tema dos abusos sexuais no seu monólogo humorístico.
Além disso, manter um espetáculo de mais de três horas - a transmissão não desportiva mais vista nos Estados Unidos - é também um desafio neste ano dominado pelos escândalos.
"Senhoras e o que resta dos senhores": assim abriu Seth Meyers a noite dos Globos de Ouro, o primeiro evento dessa controvertida temporada de prémios.
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