Ninguém explicou qual a razão para a desistência, mas o anúncio acontece depois de um velho caso de assédio sexual envolvendo o ator de 42 anos ter recebido atenção novamente.

"Apreciamos a decisão de manter o foco no espetáculo e no grande trabalho deste ano", disse um porta-voz da Academia à AFP.

Em 2010, Amanda White e Magdalena Gorka, produtora e diretora de fotografia da fracassada estreia de Affleck como realizador em "I'm Still Here", processaram-no por assédio sexual reiterado.

Affleck, que negou sempre ter cometido qualquer ação imprópria, contratou o advogado de celebridades Marty Singer, também conhecido como "cão de guarda" de Hollywood, para fechar um acordo monetário que nunca foi tornado público.

Cada uma das mulheres reivindica dois milhões de dólares.

Estes processos voltaram a ser notícia há mais ou menos um ano, quando Affleck concorria ao Óscar de Melhor Ator por seu aclamado papel em "Manchester by the sea", prémio com o qual a sua carreira se projetou ainda mais.

Segundo a tradição, o vencedor do Óscar de melhor ator entrega no ano seguinte o de Melhor Atriz e vice-versa e, neste contexto, estava previsto que Affleck anunciasse o prémio de Melhor Atriz na cerimónia que terá lugar a 4 de março.

Havia até agora muita especulação sobre a participação de Affleck nos Óscares no meio da onda de escândalos sexuais que agita Hollywood desde outubro do ano passado.

Entre as acusações, que o ator nega, White disse que Affleck forçou um assistente de câmara a mostrar o seu pénis num voo, apesar de ela ter reclamado.

Gorka deixou o projeto devido a um tratamento que descreveu no processo como "o mais traumático de sua carreira", acusando Affleck e outros membros da equipa de falar abertamente sobre o seu desejo de ter relações sexuais com ela.