A realizadora Rita Azevedo Gomes disse à Lusa que vencer o festival “é animador” e constitui um incentivo a continuar.
“Obviamente estou contente. É bom vermos o reconhecimento do que fazemos, mas, independentemente das vaidades, é sempre animador sentirmos que há reconhecimento e isso incentiva a continuar”, disse Rita Azevedo Gomes, em declarações à Lusa.
Para a realizadora, “é gratificante” receber este prémio, que distingue todos os que trabalharam na longa-metragem.
“É bom para todos nós, para toda a gente que trabalhou no filme. Não fui só eu […]. Às vezes não é fácil estes filmes um bocadinho diferentes passarem e, se há esse reconhecimento, é porque, se calhar, vale a pena continuar”, sublinhou.
O júri da premiação destacou o “rigor, lucidez e sensibilidade da autora para fazer conviver o classicismo com a modernidade numa crónica histórica”, comentários que, de acordo com Rita Azevedo Gomes, correspondem às intenções da realização do filme.
“O filme tem essa intenção. É um filme de época, mas, ao mesmo tempo, atual e contemporâneo. Não fica só numa representação […] convencional”, indicou.
Rita Azevedo Gomes referiu ainda que o filme se distingue, sobretudo, pelos diálogos “extraordinários e surpreendentes” de Agustina Bessa-Luís e pelo elenco.
O filme “A Portuguesa”, estreado em Portugal em fevereiro, conta com as participações de Clara Riedenstein, Marcello Urgeghe, Rita Durão, Pierre Léon, Luna Picoli-Truffaut, João Vicente, Adelaide Teixeira, Manuela de Freitas, Alexandre Alves Costa e Ingrid Caven.
A longa-metragem, que parte de uma novela de Robert Musil, trata da união entre uma portuguesa e o seu marido, Von Ketten, no século XVI, no norte da Itália, durante a disputa pelas forças do Episcopado de Trento.
O festival atribuiu o segundo lugar ao filme chinês “The Fragile House”, de Lin Zi, e uma menção especial ao filme “Mother I am Suffocating. This is my Last Film about You”, de Lemohang Jeremiah Moesse.
Outro dos títulos distinguidos foi a produção francesa “Gracias a Dios”, de François Ozon, que deu aos protagonistas Melvil Poupaud, Denis Ménochet e Swann Arlaud o prémio ‘ex aequo’ de melhor ator.
Por sua vez, o prémio de melhor atriz foi para Snezana Bogdanovich, pela sua interpretação em “Stitches”, de Miroslav Terzi, e para Zita Hanrot, pelo seu trabalho no filme francês “Paul Sánchez est revenu”, de Patrícia Mazury.
A longa-metragem “Stitches” também recebeu o Prémio do Público.
Na categoria curtas-metragens, o vencedor foi o trabalho de Emmanuel Marre, “D’un Château l’autre”.
O júri decidiu ainda entregar uma menção especial a “Blessed Land”, do diretor Pham Ngoc Lan.
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