Taylor Swift ainda não se pronunciou sobre a corrida presidencial nos EUA, mas uma coligação de fãs já se mobiliza a favor de Kamala Harris.

No início da tarde de quarta-feira, o grupo "Swifties for Kamala" [Swifties por Kamala] já arrecadara mais de 140 mil dólares (cerca de 126,2 mil euros na cotação atual) para a campanha da candidata democrata à Presidência nas eleições de novembro, nas quais enfrentará o republicano Donald Trump.

Na véspera, o grupo realizou um evento de arrecadação de fundos que contou com a participação de cerca de 27 mil fãs, dando início a um esforço para "transformar o nosso poder swiftie em poder político", conforme declarou o diretor político do movimento coletivo durante o encontro.

Celebridades como Carole King, juntamente com senadoras como Elizabeth Warren e Kirsten Gillibrand, participaram no evento virtual.

"Sou uma swiftie e Taylor e eu somos amigas", disse King, a lendária cantora e compositora de sucessos como "I Feel The Earth Move" e "You've Got A Friend".

"Tenho sido ativista política há anos. Fui voluntária, bati de porta em porta, mesmo sendo uma pessoa famosa", relembrou King.

"Digo isto porque, se algum de vocês estiver a pensar em ser voluntário para bater de porta em porta ou fazer chamadas telefónicas, e estiver um pouco nervoso sobre o que pode dizer, por favor, acredite em mim: não há nada a perder e tudo a ganhar."

O grupo "Swifties por Kamala" começou como uma iniciativa nas redes sociais, criada pela utilizadora e fã Emerald Medrano, horas após o presidente Joe Biden anunciar que não concorreria à reeleição, há pouco mais de um mês.

O esforço rapidamente espalhou-lhe pelas plataformas: a iniciativa conta com mais de 72 mil seguidores na rede social X (antigo Twitter) e cerca de 50 mil no Instagram, embora a megaestrela não esteja afiliada ao grupo.

"Somos uma coligação de fãs de Taylor Swift comprometidos em proteger a histórica democracia dos EUA, trabalhando juntos para ajudar candidatos progressistas nas eleições locais e nacionais, incluindo a vice-presidente Kamala Harris como a nossa próxima presidente", diz a declaração de missão do grupo no seu 'site'.

O grupo também defende os direitos LGBTQIA+, a liberdade reprodutiva, os direitos dos imigrantes e pede que o aquecimento global seja levado a sério, além de um "cessar-fogo permanente entre Israel e Hamas".

"Os líderes"

Swift, a megaestrela mundial com centenas de milhões de seguidores nas redes sociais e uma base de fãs incrivelmente leal, tem um poder de mobilização monumental.

Durante muitos anos, a cantora de "All too well" manteve-se afastada da política, até mesmo em 2016, quando Donald Trump ganhou a presidência.

O seu silêncio levou muitos críticos a especularem que poderia ser uma republicana "no armário", até 2018, quando quebrou o seu silêncio ao apoiar a opositora democrata da ultradireitista Marsha Blackburn no estado do Tennessee.

Embora Blackburn tenha vencido, isso marcou o início de um novo capítulo para Swift: mais tarde, ela explicou que foi aconselhada a manter-se fora da política devido ao potencial impacto negativo para a sua carreira, especialmente na indústria da música country, que frequentemente é associada ao conservadorismo.

Swift apoiou Biden em 2020 e tem transmitido mensagens pró-LGBTQIA+ através das suas músicas e vídeos, além de condenar a revogação do direito federal ao aborto pela Supremo Tribunal dos EUA. Também incentivou muitos dos seus fãs a registarem-se para votar.

No entanto, a enorme popularidade de Swift também a tornou alvo frequente de desinformação política e teorias da conspiração da direita, muitas vezes alimentadas por Inteligência Artificial e ampliadas por figuras como Trump.

Mas, de acordo com os organizadores, o objetivo dos fãs não é obter o apoio de Swift para Kamala.

"Não estamos à espera que Taylor mostre o seu apoio a Kamala Harris. Estamos a fazer isto independentemente dela, utilizando a plataforma dos swifties como uma forma de envolver as pessoas nas eleições", disse recentemente Rohan Reagan, um dos gestores de redes sociais do grupo, à publicação Cosmopolitan.

O senador democrata Ed Markey expressou o seu espanto pelo ativismo da comunidade swiftie com "a construção de um mundo melhor".

"Este é o momento, este é o lugar", disse ele. "Os swifties são os líderes para que ganhemos essas eleições", assegurou.