Em declarações à agência Lusa, o criador de “Nos dias de hoje” afirmou que “já há nas plateias europeias, um público informado e conhecedor de fado, mas há ainda quem vá por curiosidade e querer sentir um espetáculo de fado”.
“Muitas vezes fico surpreendido com a abordagem de muitas pessoas, em França ou noutros países, e com as observações que fazem aos temas”, disse o fadista, acrescentando que é “habitual receber através das redes sociais mensagens com pedidos de fados que querem ouvir”.
Ricardo Ribeiro atua na quinta-feira em Gent, na Bélgica, no palco do De Centrale, e, no dia seguinte, passa a fronteira para cantar na Chapelle Corneille, em Ruão, em França, seguindo para Paris, onde, no dia 21 de janeiro, sobe ao palco do Théâtre des Abbesses, e, no dia 22, atua no edifício do século XII La Maladrerie Saint-Lazare, em Beauvais, no departamento de l’Oise, no norte de França.
Nesta digressão, o intérprete de “Não rias” é acompanhado pelos músicos José Manuel Neto, na guitarra portuguesa, Carlos Manuel Proença, na viola, e Daniel Pinto, na viola baixo.
“As pessoas já vão tendo um gosto particular, e vão acompanhando quer a minha carreira quer a de outros colegas”, acrescentou o fadista.
Sobre o seu mais recente álbum, “Nos dias de hoje”, editado em abril do ano passado, Ricardo Ribeiro afirmou que tem “tido uma boa aceitação do público, que mostra particular interesse pelo ‘Fadinho Alentejano’, que é um cantiga fresca e inocente”.
No álbum, editado pela Warner Music, há uma “crítica atenta e mordaz ao quotidiano”, reconheceu o fadista, que referiu os temas “Nos dias de hoje”, com letra e música de Tozé Brito, “Portugal”, que interpreta no Fado de João Maria dos Anjos, um poema de Mário Raínho, autor que canta desde sempre, e também o “Soneto de mal amar”, de José Carlos Ary dos Santos, musicado por João Paulo Esteves da Silva.
Quanto às melodias tradicionais, além do Fado de João Maria dos Anjos, Ricardo Ribeiro canta no Fado Licas, de Armando Machado, “Nos gestos, nos sentidos”, de Vital d’Assunção.
“Chanson d’autonne”, de Paul Verlaine, musicado por Esteves da Silva, uma recriação de “Malaventurado”, de Bernardim Ribeiro, com música de Alain Oulman, que foi buscar ao repertório de Amália Rodrigues, e uma composição de sua autoria, para o poema de Joaquim Pedro Gonçalves, “Canção das águas claras” e “Serenata do adeus”, letra e música de Vinicius de Moraes, são outros temas que fazem parte do CD.
Referindo-se à digressão, o fadista afirmou que, “como sempre”, irá ser “autêntico e verdadeiro”.
Em Portugal, o intérprete de “Malhas de Amor” atua no dia 04 de fevereiro na antiga igreja do Convento de São Francisco, acompanhado pelos mesmos músicos.
Ricardo Ribeiro foi apontado pela revista Songlines como “a melhor voz masculina de fado da sua geração".
Ricardo Ribeiro venceu por duas vezes da Grande Noite do Fado de Lisboa, em juniores e seniores, e conquistou dois prémios Amália, Revelação e Melhor Fadista.
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