“Quem, o que ou onde sentes que pertences?”. Foi este o mote para o espetáculo “Belonging”, de Raquel André, que reúne testemunhos de 15 pessoas e transforma o palco numa espécie de filme com música ao vivo.
“Belonging” surge de uma questão que intrigou Raquel André depois de fazer um teste de ADN: “Será que pertenço a um lugar, emoção, paisagem, alguma coisa mais poética ou alguém?”, contou à Lusa a diretora artística.
Ao centro da tela, um baterista vai acompanhando, com mais ou menos intensidade de batidas, o conjunto de ‘frames’. É também ele um dos 15 protagonistas do espetáculo.
“Passou 20 anos sem voltar à casa onde nasceu na Guiné-Bissau. Com este projeto voltámos à Guiné-Bissau. Ele fala-nos dessa experiência de voltar ao lugar onde nasceu e se, de facto, pertence a esse lugar”, afirmou Raquel André.
A este testemunho somam-se outros com raízes e ligações à Guiné-Bissau, México, Brasil, Japão, Alemanha ou Portugal.
Numa tentativa de capturar “o sentimento de pertença”, no espetáculo são retratados vários locais, assim como as viagens percorridas por Raquel André, a sua equipa e os protagonistas.
As respostas ao que consideram ser “a pertença” variam ao longo do espetáculo.
Se há quem a associe à família ou à própria mãe, há, por outro lado, quem a associe à natureza ou a um lugar.
“Ah! Este é lugar”, considera um dos protagonistas ao recordar o país para onde se mudou.
“Em África, vou sentir-me sempre em casa”, considera outro.
“Não sinto que tenho de pertencer a um país”, afirma ainda outro. E acrescenta, “pertenço a mim”.
O espetáculo “Belonging” estreia-se na sexta-feira, pelas 19:30, no Teatro Municipal do Porto - Campo Alegre.
No sábado, o espetáculo está agendado para as 21h00.
Com uma duração de uma hora e meia, “Belonging” conta com interpretação em língua gestual portuguesa, legenda descritiva para pessoas com incapacidade e é acessível a pessoas com mobilidade reduzida.
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