As executivas do setor Jamila Thomas e Brianna Agyemang apresentaram a proposta de interromper os negócios esta terça-feira, 2 de junho, "para enfatizar o racismo e a desigualdade que existem desde a sala de reuniões à avenida".
Após grandes protestos exigindo justiça pelo assassinato de George Floyd por um polícia branco em Minneapolis, a campanha ganhou popularidade entre as principais editoras e produtores de música, além de celebridades.
Rihanna, Drake e Kylie Jenner partilharam as imagens negras nas suas contas do Instagram. Os Rolling Stones, Quincy Jones e Billie Eilish também disseram que acompanhariam a paralisação.
No entanto, com a proliferação de quadrados negros nas redes sociais, muitos ativistas alertaram que a publicação em massa dessas imagens estava a deixar para trás, quase inacessíveis, as publicações da organização Black Lives Matter que fornecem informações, recursos e documentação dos protestos da comunidade pela brutalidade policial racista.
"Quando analisamos a hashtag #BlackLivesMatter, os resultados não são os vídeos, as informações úteis, recursos, documentação de injustiça, são filas de quadrados pretos", alertou a cantora Kehlani no Instagram.
Em vez disso, os ativistas recomendaram marcar as publicações com #BlackOutTuesday.
O movimento começou como uma tentativa de 'mea culpa' da indústria por tirar proveito de artistas, tradições e comunidades negras sem lhes pagar pelos créditos. Algumas vozes críticas disseram que a mensagem poderia ser apropriada por marcas e pessoas para se promoverem.
"Eu sei que eles têm boas intenções, mas dizer para parar de publicar por um dia é a pior ideia", defende o rapper Lil Nas X. "Acho que este é o momento de continuarmos com força. Não acho que o movimento tenha sido tão poderoso como antes. Não precisamos de o parar sem publicar nada. Precisamos de espalhar informações e torná-las mais fortes do que nunca", acrescentou.
Várias publicações amplamente partilhadas incentivaram os utilizadores a não transformar a iniciativa num momento de autopromoção, mas a usar as redes e várias plataformas para promover e homenagear os membros da comunidade negra.
O Bandcamp, uma plataforma para os músicos publicarem e ganharem dinheiro com a sua arte, prometeu doar a sua parte das vendas realizadas a 19 de junho, feriado comemorativo da emancipação dos afro-americanos da escravatura, para o Fundo de Defesa Legal da NAACP, uma das principais associações de direitos civis dos Estados Unidos.
A empresa também disse que irá 30.000 dólares por ano em parceria com outras organizações anti-racistas. "O clima atual faz parte de um sistema de opressão estrutural de longa data, generalizado e consolidado, e o progresso real requer um compromisso sustentado e sincero com a justiça e com as mudanças políticas, sociais e económicas", disse o Bandcamp.
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