Desde domingo que chegam em grupo, sozinhos ou com os pais que percorrem centenas de quilómetros para deixarem os filhos, ansiosos pelas suas mini-férias, no litoral alentejano.
“Estamos de férias e parámos aqui no Sudoeste para deixar o nosso filho, de 17 anos, que se juntou a um grupo de amigos que veio mais cedo para reservar o espaço”, conta à agência Lusa Carlos Batista, de Guimarães, momentos depois de se despedir do filho que faz a sua estreia em festivais.
Com um ar ansioso, à porta do recinto, na Herdade da Casa Branca, em Zambujeira do Mar, concelho de Odemira (Beja), Inês Inácio, de 16 anos, procura pelos companheiros que dias antes viajaram de Faro para garantirem "o melhor lugar" para montarem acampamento.
“Estou a chegar agora e trouxe comigo a tenda, muita água, enlatados, algumas mudas de roupa, sapatos confortáveis e o resto é esperar que corra bem”, diz a jovem algarvia.
Ao seu lado, o pai, Sérgio Inácio, que aproveitou a viagem para conhecer melhor a região, sente-se confiante porque a filha “está integrada num grupo de amigos e colegas que já se conhecem há algum tempo".
Acampados desde domingo na Herdade da Casa Branca, João Palma, de 21 anos, e um amigo, de Leiria, repetem o festival pela quinta vez, não só pela experiência musical, mas sobretudo pelo convívio.
“Não é só pelos concertos, mas para conhecer pessoas novas, participar nas atividades e ir ao canal e à praia é sempre uma aventura e para nós os dois ainda é maior”, conta o jovem estudante de engenharia informática, que identifica alterações "para melhor" no recinto dos campistas.
"A cozinha comunitária, as áreas de campismo restritas, o carregamento dos telemóveis e a animação constante" são alguns dos casos apontados pelo jovem, que combate o calor dos dias no canal ou na praia da Zambujeira do Mar.
Num festival, onde a média de idades é baixa, há quem dê nas vistas no meio dos festivaleiros. De toalha na mão, fato de banho e calções, Filomena Henriques, de Lisboa, veio, pela primeira vez, ao MEO Sudoeste para comemorar o 70.º aniversário.
“A minha família queria que fizesse uma grande festa, mas um dia vi o anúncio do Sudoeste e decidi fazer uma coisa que nunca fiz, ainda por cima, agora que vou fazer os 70 anos e ainda me sinto capaz fisicamente e de cabeça”, diz.
Fez as malas com o marido e, desde domingo, que o casal, junto há 13 anos, partilha o campismo com “a miudagem”, que, garante, são “ótimos” vizinhos e com quem espera celebrar, na quinta-feira, o aniversário.
Com a previsão de diminuição das temperaturas nos próximos dias, o recinto prepara-se para aquecer os dias e as noites dos milhares de jovens que todos os anos são desafiados para uma aventura musical.
Para Sílvia Braga, da Direção Artística da Música no Coração, promotora, o cartaz é pensado nas novas gerações, que, no fundo, são o público alvo do festival.
“O grande destaque vai para Shawn Mendes, o artista pop do momento e o campeão dos streamings na internet, J. Balvin, que vai ser uma estreia em Portugal, Jason Derulo, artista norte-americano que atua pela primeira vez no nosso país, e o famoso rapper Lil Pump, cujo dia em que atua é o mais procurado em termos de bilheteira”, indica.
“Desde o primeiro dia que a música, as atividades, os 'workshops' e as curadorias não param no recinto com inúmeras propostas e, este ano, quisemos dar um grande destaque também à música portuguesa, porque as novas gerações estão muito ligadas aos projetos nacionais”, sublinha.
Depois de, em 2017, o festival ter recebido cerca de 200 mil pessoas, a organização estima que seja superado o número de festivaleiros até domingo.
Antes dos concertos oficiais, que arrancam na quarta-feira, a noite de hoje está reservada para a receção aos campistas, com a festa da Mega Hits no palco Super Bock que vai ser animada pelos dj Ben Ambergen e Francisco Cunha e pelo MC Fioti.
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