O cantor e fundador dos Wham! morreu este domingo, 25 de dezembro, aos 53 anos, alegadamente de "insuficiência cardíaca", de acordo com o seu agente. Segundo a Sky News, as autoridades revelaram que o corpo será autopsiado, apesar de não existirem circunstâncias suspeitas em torno da morte.
O agente do músico britânico, Michael Lippman, confirmou que George Michael foi encontrado sem vida na cama este domingo. De acordo com a BBC, os serviços de emergência responderam a uma chamada por volta das 13h42 para uma propriedade em Oxfordshire.
"É com grande tristeza que confirmamos que o nosso amado filho, irmão e amigo George faleceu em casa no período do Natal", disse o agente do artista. "A família pede que a sua privacidade seja respeitada neste momento difícil e emotivo. Não serão feitos mais comentários nesta fase", acrescenta em comunicado.
Dos Wham! à carreira a solo
Durante a carreira de quase quatro décadas, George Michael vendeu mais de 100 milhões de discos em todo o mundo. Em 1981, com Andrew Ridgeley, criou os Wham!, duo que ficou conhecido por temas como "Wake Me Up Before You Go-Go" ou "Last Christmas". Anos antes, o músico aventurou-se como DJ.
Depois dos Wham!, George Michael apostou numa carreira a solo, tendo influenciado vários artistas das gerações seguintes e ficando entre os exemplos mais fortes de um percurso em nome próprio na pop após o fim de uma banda. "Careless Whisper", "Freedom! '90" e "Faith" foram alguns dos temas que marcaram a carreira do britânico.
Em 1990, o seu segundo álbum, "Listen Without Prejudice Vol. 1.”, esteve na origem de uma longa batalha nos tribunais com a Sony. O cantor queixou-se de “escravidão profissional”, alegando não ter qualquer controlo artístico e comercial sobre o seu trabalho.
A solo, George Michael editou seis álbuns, o último dos quais "Symphonica", em 2014, um registo ao vivo.
A popularidade de George Michael nos anos 1980 e 1990 traduziu-se em vários prémios, entre eles três Brit Awards e oito nomeações aos Grammys, tendo vencido duas vezes. O cantor é considerado o artista britânico mais ouvido nas rádios entre 1984 e 2004.
A solo, George Michael atuou apenas uma vez em Portugal, em 2007, no Estádio Municipal de Coimbra, por ocasião dos 25 anos de carreira.
Atualmente, estava a trabalhar num documentário sobre a carreira e que acompanharia a reedição do disco "Listen Without Prejudice Vol. 1". Segundo o Guardian, nele participariam Stevie Wonder, Elton John e as modelos que protagonizaram o vídeo do tema "Freedom!". Mark Ronson, Mary J Blige, Tony Bennett, Liam Gallagher, James Corden e Ricky Gervais seriam alguns dos convidados.
No início de dezembro, tinha também sido anunciado que o produtor Naughty Boy estava a trabalhar com George Michael num novo álbum, acrescenta a BBC.
Nascido com o nome Georgios Kyriacos Panayiotou no norte de Londres, numa família grega, George Michael enfrentou problemas de dependência de álcool e drogas. Segundo alguns rumores, em 2015 terá feito uma desintoxicação devido a um alegado vício em cannabis.
Em 2011, quase morreu de pneumonia, tendo sido submetido a uma traqueotomia para continuar a respirar.
Sexo, mentiras e um vídeo
Alem da música, George Michael foi muitas vezes notícia devido à sua orientação sexual ou aos rumores em torno desta. Numa entrevista de 2009 ao Huffington Post, admitiu que o período de depressão após a separação dos Wham! começou quando se confrontou com a sua homossexualidade e colocou de parte a hipótese de ser bissexual.
No início da década de 1990, manteve uma relação com o designer brasileiro Anselmo Feleppa, que viria a morrer de uma hemorragia cerebral relacionada com o HIV em 1993. A despedida inspirou o tema "Jesus to a Child", que ainda era muitas vezes dedicado ao antigo companheiro nos concertos.
Mais polémica foi a detenção de George Michael por atentado ao pudor numa casa de banho pública de Beverly Hills, em 1998, na sequência de uma tentativa, alegadamente recíproca, de atos sexuais com um homem que revelou ser um polícia. O cantor respondeu a uma multa e a 80 horas de trabalho comunitário com o também controverso videoclip de "Outside", centrado em vários casais que dançavam e que se beijavam, incluindo agentes policiais do mesmo sexo.
Em 2007, disse ao The Independent que o incidente resultou de uma decisão subconsciente para deixar de esconder a sua orientação sexual, atitude que o fazia sentir-se "fraudulento".
No ano anterior, ameaçou processar um tablóide britânico que garantia o seu envolvimento sexual com um estranho num jardim londrino, mas realçou que a sua relação com o companheiro desse período, Kenny Goss, não fechava a porta a sexo com terceiros. O casal separou-se em 2009.
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