Nesta 5.ª edição do FIMM participam 300 músicos de 20 nacionalidades e são esperados "mais de seis mil visitantes".

Na sexta-feira, a Orquestra Estatal de Atenas abre o festival, em estreia nacional, dirigida por Christoph Poppen, sendo solistas a soprano Juliane Banse e a violinista Veronika Eberle, com um programa inteiramente preenchido por composições de Antonín Dvorák, designadamente o Concerto para violino, a “Canção da Lua”, da ópera “Rusalka” - interpretada em português -, e a Sinfonia n.º 8.

Aquando da apresentação do FIMM em Lisboa, o maestro Christoph Poppen, que assume a respetiva direção artística com a sua mulher, a soprano Juliane Banse, afirmou que "Marvão [no Alto Alentejo] é um cenário perfeito" para o festival, dada "a beleza da natureza, da arquitetura e o silêncio".

Os concertos distribuem-se por Marvão, Portalegre, Santo António das Areias, Galegos, Escusa, Quinta dos Olhos d’Água e pelo complexo arqueológico romano de Ammaia, além do vizinho município espanhol de Valência de Alcântara, onde atuam a Orquestra Estatal de Atenas, a Filarmonia das Beiras e o Coro Gulbenkian.

Este ano, o festival chega também, pela primeira vez, à vila próxima de Castelo de Vide.

Em declarações à agência Lusa, o assessor artístico do FIMM, Bernardo Mariano, realçou a “participação recorde de artistas portugueses, quase todos distinguidos no Prémio Jovens Músicos RTP/Antena 2, e que se apresentam a solo, em música de câmara ou com orquestra”.

“Uma ocasião muito especial no festival será uma dupla sessão na cisterna do Castelo de Marvão, com os quatro antigos elementos do lendário Hilliard Ensemble [1974-2014], que aceitaram voltar a reunir-se, excecionalmente, para esta participação no dia 28, ao final da noite, disse Bernardo Mariano.

Christoph Poppen gravou com os quatro antigos elementos do Hilliard Ensemble o disco "Morimur".

Outro destaque é a participação do maestro António Victorino d’Almeida, para acompanhar ao piano a cantora austríaca Erika Pluhar - com quem soma décadas em parceria -, no dia 24 de junho, no concelho vizinho de Castelo de Vide, na Fundação N.S. da Esperança.

Tal como nas edições anteriores, da programação faz parte um concerto de fado, este ano com Rodrigo Costa Félix, que atua no dia 21 à noite na cisterna do castelo, acompanhado por Mário Pacheco, à guitarra portuguesa, José Quaresma, à viola, e João Penedo, no contrabaixo.

O Coro Gulbenkian apresenta o Requiem, de Mozart, acompanhado pela Orquestra de Câmara de Colónia, sendo solistas Carolina Ullrich (soprano), Roxana Constantinescu (contralto), Martin Mitterrutzner (tenor), Andreas Mattersberger (baixo), sob a direção de Poppen, no dia 26, na igreja do Convento de N.S. da Estrela, em Marvão.

Outro destaque é a participação do Officium Ensemble em dois programas: um de polifonia antiga, sob a direção de Pedro Teixeira, no Convento de N.S. da Estrela, em que, entre outras peças, interpreta a Missa Pro Defunctis, a oito vozes, de Duarte Lobo, e outro, acompanhando Orquestra do Festival e solistas, numa missa de Joseph Haydn, no dia 29, neste mesmo espaço religioso.

Da programação prevista consta a atuação do Trio Pangea, no dia 21, na igreja de S. Tiago, em Marvão, com um programa que contempla o Trio com piano em si menor, de José Vianna da Motta, compositor que nasceu há 150 anos, o Trio com piano, de Alexandre Delgado, e o Trio n.º 1, de Robert Schumann.

A programação também inclui conferências, iniciativas para crianças, encontros gastronómicos - um deles com o 'chef' alemão Thorsten Gillert, no dia 24, em que participa o Novus String Quartet.