Dentro do Altice Arena, escuta-se a banda sonora do filme “Regresso ao Futuro”, do compositor Alan Silvestri, dando as boas-vindas a quem vem apressado “viver” uma experiência idêntica à obra iniciada pelo realizador Robert Zemeckis, em 1985.
Se o futuro em 1985 apresentava skates voadores, o presente revela que não são bem assim, mas reforça o poder da imaginação, quando se trata de desconstruir elementos de um videojogo ou de um filme.
Em declarações à agência Lusa, Renata Rodrigues, uma ‘cosplayer’ (pessoa que interpreta uma personagem de ficção), diz que vem à Comic Con Portugal para participar em ‘workshops’, atividades de K-pop (pop coreano) e de anime (animação japonesa).
“Vamos estar um bocadinho mais imersas, conhecer outras pessoas e tirar fotografias”, adianta, observando que se esforçou “muito” para fazer o fato da sua personagem, do jogo eletrónico “Genshin Impact”.
Renata Rodrigues, que veio de Ovar, compara a sétima edição do evento com as anteriores.
“Está muito bem sinalizada. Acho que na outra edição não tinha boa sinalização. A última edição, que foi no Passeio Marítimo de Algés [Oeiras], acho que foi um bocadinho mais confusa. […] Um problema que nós detetámos foi que tinha muita gente, estava tudo muito concentrado”, diz.
Ao lado, encontra-se Rita Félix, também de Ovar, que considera o evento muito bem organizado, atentando para as medidas impostas no controlo da pandemia.
“As filas estão bem organizadas. Estão sempre a ver se o teste à covid-19 foi feito. Acho que está muito bem organizado e tem toda a segurança necessária, por causa da covid-19”, assinala.
Para Rita Félix, é correto não só mostrar o certificado de vacinação completa, como também o teste à covid-19, porque, afirma, “garante mais a segurança das pessoas”.
Mais em frente aparece um viking a caminhar ao lado de um personagem da saga “Star Wars” (“Guerra das Estrelas”, em português), misturando a visão histórica dos países nórdicos com a ficção científica.
Francisco Antunes, que é de Lisboa e carrega um fato de cerca de 15 quilogramas, conta que ainda não se arrependeu de visitar a Comic Con Portugal, adiantando que conseguiu fazer tudo o que previa num dia.
“Até agora não há arrependimento. Em termos de segurança, acho que está impecável. A segurança está a fazer um bom trabalho em conseguir controlar as pessoas, com o teste à covid-19 e com o certificado de recuperação”, indica.
Lembrando a última edição no Passeio Marítimo de Algés, Francisco Antunes considera o novo espaço mais pequeno, referindo que em 2019 não conseguiu fazer tudo o queria.
“Para mim, não é só uma visita turística, é mesmo um convívio. Estar com amigos, fazer amigos… […] Eu gosto, sobretudo, da interação com as pessoas, de meter conversa com ‘cosplayers’. Eu faço recriação histórica nórdica e aproveito para trazer isto para o mundo ‘cosplay’”, ressalva.
E acrescenta: “O meu equipamento é todo feito de metal, o meu escudo é feito de madeira, ou seja, material muito mais pesado, que, apesar de ser incómodo, estou disponível para estar a sofrer até ao fim”.
Por seu turno, Paulo Trindade, que interpreta um personagem de “Star Wars”, refere que é a primeira vez que participa na Comic Con Portugal.
“Nós todos vimos aqui por causa do convívio, do ‘cosplay’. A interação [social] é a melhor parte destes eventos. Nós conhecemo-nos aqui, na quinta-feira”, diz o também lisboeta, olhando para o viking.
A fazer cosplay desde 2015, Paulo Trindade considera “refrescante” voltar a participar num evento que celebra a cultura pop.
“No ano passado estivemos de quarentena, as medidas estão a ser todas respeitadas. Vemos máscaras, higienização…. Está tudo seguro e super controlado nesse sentido”, anota.
Sobre o seu fato de Mandalorian, Paulo Trindade explica que o fez de forma artesanal, exceto o capacete e os sapatos, que foram modificados, adiantando que, para fazer a armadura, utilizou “plástico maleável com pistola de calor”.
“Os tecidos são variados. Arranjo tecidos e depois misturo-os. Invento padrões, acho piada nisso. Aproveito muita coisa reciclada”, frisa.
Interpretando personagens do anime japonês “Bungo Stray Dogs”, Inês Medeiros e Afonso Pires, de Lisboa, consideram a sétima edição da Comic Con Portugal “interessante”.
“É interessante e é bom ser ao ar livre e também lá dentro. Dá para ver o que nós gostamos”, sustentam.
O evento que celebra a cultura pop acontece em vários formatos, desde quinta-feira até domingo, com limitação de lugares e teste obrigatório à COVID-19 para acesso aos espaços físicos.
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