"A boa surpresa é que não só a adesão é boa - mais de 183 mil pessoas passaram pela exposição -, mas acima de tudo é a receção da crítica e da imprensa, que tem sido excelente. Podemos ficar muito satisfeitos com o acolhimento que esta artista, um pouco desconhecida em França, teve e também no passa-palavra entre o público que veio à exposição", afirmou a diretora do Museu de l'Orangerie e também curadora da exposição, Cécile Debray, em declarações à agência Lusa.
A exposição de Paula Rego em Paris esteve aberta ao público 77 dias, entre 17 de outubro e 14 de janeiro, e foi, durante esse período, visitada por mais de 183 mil pessoas.
Em 2018, o museu bateu mesmo o recorde de visitantes, recebendo mais de um milhão de pessoas. Este é o museu que abriga as telas gigantes de nenúfares de Monet e tem ainda uma coleção permanente com obras de Picasso e Matisse, entre outros.
Esta foi a primeira grande mostra do trabalho de Paula Rego na capital francesa, algo que surpreendeu os visitantes do museu e despertou um interesse renovado pelo trabalho da artista.
"Há agora mais do que uma curiosidade, houve quase um choque não só devido ao poder da sua obra, mas com o porquê de não se conhecer melhor esta artista em França. Vários visitantes e também críticos questionaram mesmo o porquê de se ter esperado tanto tempo para fazer uma grande exposição como esta sobre Paula Rego", disse a diretora.
Para além da exposição, o museu organizou também um ciclo de conferências e cinema à volta da artista, mostrando outras perspetivas sobre a sua vida e a sua obra que teve sempre salas repletas.
"A sua obra torna-a muito atual. Se ela mostrasse apenas um lado mais doce da vida, o interesse não seria o mesmo. A sua atualidade vem exatamente da maneira como ela aponta o dedo, a maneira como ela trata a condição feminina, mas também as relações entre os homens e as mulheres, entre os adultos e as crianças", explicou Cécile Debray.
Para o futuro, a diretora do Museu de l'Orangerie espera que a exposição sirva como um "novo sopro" à obra de Paula Rego: "Penso que há desde já uma repercussão em Inglaterra, com uma tomada de consciência desta artista que veio da Escola de Londres. E adoraria que ela também fosse mostrada nos Estados Unidos. A ideia desta exposição foi sempre dar um novo sopro à sua obra".
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