Nesta edição, o género escolhido foi a poesia, sobre o tema Língua Portuguesa.
Fernando Cabrita recebeu aquele que é o nono prémio literário da carreira, com “muita naturalidade e muito contentamento”. “Um prémio não é uma coisa qualquer. E este menos ainda é uma coisa qualquer”, disse quando questionado pelos jornalistas sobre o que sentiu ao ser anunciado como vencedor.
A obra distinguida, inédita, tem 73 páginas e chama-se exatamente “A Língua Portuguesa”.
“O conteúdo é relativamente simples. É analisar, de forma poética, aquilo que é a revolução da Língua Portuguesa e a forma como ela se move através da História. E a participação que tiveram alguns dos grandes escritos, para o bem e para o mal”, explicou aos jornalistas o autor.
O livro “estava na gaveta há sete anos”, contou ainda Fernando Cabrita, e “parece que o prémio foi escrito para o livro”. Por isso viu oportunidade em concorrer.
Do júri fazem parte cinco elementos. O professor António Bárbolo, em representação dos jurados, destacou que foi “um trabalho muito difícil”. “O júri reuniu mais vezes, não só pela qualidade dos trabalhos que aparecem a concurso, mas também porque se tornou muito difícil selecionar a poesia”, afirmou.
Os poemas cativaram os membros do júri por terem “algo de especial”, disse António Bárbolo, relembrando que “a poesia é muito difícil de objetificar”.
Pela primeira vez, além do certificado e de um troféu da autoria do artesão António Nobre, o prémio teve uma parte monetária.
Foram atribuídos cinco mil euros pelo município de Bragança. “Vem no seguimento do trabalho que o município tem vindo a desenvolver ao logo do tempo, de promoção e divulgação da Língua Portuguesa, estimulando a criatividade das pessoas que se dedicam à escrita”, afirmou o presidente da Câmara Municipal de Bragança, Hernâni Dias.
O autarca adiantou ainda que o Museu da Língua Portuguesa, que vai ocupar os antigos silos de cereal em Bragança, com mais de 16 milhões de euros de investimento, deve ficar concluído no final de 2024, como previsto.
“Será um espaço de referência no contexto nacional e internacional. Apenas existe outro museu do género, em São Paulo, no Brasil”, considerou Hernâni Dias.
O Prémio Literário da Lusofonia Professor Adriano Moreira é atribuído bienalmente desde 2019. Este ano foi a edição mais participada, com 53 autores inscritos.
É atribuído pela Biblioteca Adriano Moreira, através do Conselho de Curadores. Tem como presidente Jorge Nunes e dele fazem parte o município de Bragança, o Instituto Politécnico de Bragança, a Academia de Letras de Trás-os-Montes e a Diocese Bragança-Miranda. A próxima edição do prémio será em 2025.
Tem como objetivo “promover a produção e a criatividade literárias, no âmbito da temática da Lusofonia, valorizar as relações culturais entre Instituições Culturais de Países de Língua Oficial Portuguesa e contribuir para a divulgação e prestígio da obra de autores que cultivam a diversidade dos valores culturais e identitários dos Povos da Lusofonia”, apresenta o Conselho.
Fernando Cabrita tem 68 anos e é natural de Olhão, Algarve. Tem 50 títulos editados, em diversos países. Além de Portugal, está publicado em Espanha, França, Polónia, Turquia, Bélgica, Porto Rico, Marrocos ou Rússia.
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