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Quatro pares de homens e de mulheres encontram-se numa concorrida praia onde discorrem sobre a solidão, o envelhecimento, o desamor, a exclusão e a perda.
"Mais do que uma peça sobre a homossexualidade, este texto, escrito em 1982, acaba por ser uma história de amor, mas de um amor que não resulta, de um amor feito de incompatibilidades", disse à agência Lusa o encenador da obra, Ricardo Neves-Neves.
Numa base de linóleo pintada com as várias tonalidades da pele humana a simular areia, oito personagens vão discorrendo sobre as suas vidas e sobre o que as atormenta. Sobre a solidão em que se encontram, mesmo que estejam ou vivam acompanhadas.
Sem grande acção, uma vez que se trata de uma peça que vive mais da narrativa, Ricardo Neves-Neves disse ter escolhido este texto para encenar há seis anos, quando gizou o repertório que havia de levar à cena até 2018.
Apesar de a peça não se encaixar nos parâmetros das que tem encenado, Neves-Neves diz que a obra o "encantou", pela "densidade psicológica das personagens".
"A peça passa-se numa praia e isso não é por acaso, porque a praia é um local muito violento, um local de muitos acidentes", observou Ricardo Neves-Neves.
Para o encenador, o cenário da ação pode ser visto não aprenas como "o ciclo do dia, mas também como o ciclo da vida".
Até porque é na praia que algumas personagens da peça acabam por morrer, disse.
Henden, Gertrude, Benjamim, Daniel, Abigail, Cordelia, Fergus e sua mãe são as personagens definidas pelo dramaturgo norte-americano, autor de "Quem tem medo de Virginia Wolf?", neste "Encontrar o sol".
A interpretar esta peça de Albee, em cartaz no S. Luiz até 25 de fevereiro, vão estar Cucha Carvalheiro, Custódia Gallego, Luís Gaspar, Marques d'Arede, Romeu Costa, Rita Cru, Tânia Alves e o estreante Tadeu Faustino.
Com tradução de João Paulo Esteves da Sila, a peça tem cenário de Tiago Pinhal Costa e figurino de José António Tenente.
Produzida pelo Teatro do Eléctrico, com o Theatro Circo, em Braga, e S. Luiz Teatro Municipal, a peça pode ser vista na sala Luís Miguel Cintra, em Lisboa, de quarta-feira a sábado, às 21:00, e aos domingos, às 17:30.
A 19 de fevereiro, haverá uma sessão com ‘áudio-descrição’ e, no final, uma conversa com a equipa artística.
A 03 de março, a peça chega ao teatro bracarense.
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