“O júri deliberou atribuir o Grande Prémio de Romance e Novela à obra 'As Pessoas do Drama', de H. G. Cancela, pela leitura crítica da História e da Cultura europeia na sua relação com a cultura árabe, através de uma temática poderosa (a culpa, a impunidade, o drama, o olhar, o incesto, a tensão e a violência familiares) e de uma revisitação de personagens e de mitos do nosso património cultural ocidental", lê-se na ata do juri.
"Trata-se de uma escrita densa e de um universo ficcional intenso e original, que desafia tabus civilizacionais e cria desassossegos em quem lê”, refere o juri.
Em comunicado, a APE afirma que “o júri, constituído por Isabel Cristina Mateus, Isabel Ponce de Leão, José Carlos Seabra Pereira, José Manuel de Vasconcelos e Paula Mendes Coelho, deliberou, na manhã de hoje, por maioria, atribuir” o Grande Prémio de Romance e Novela APE/Direção-Geral do Livro, Arquivos e Bibliotecas à obra “As Pessoas do Drama”, de H.G. Cancela.
Dois dos membros do júri, Isabel Ponce de Leão e José Carlos Seabra Pereira, votaram no romance “Para onde vão os gatos quando morrem?”, de Luís Cardoso, segundo a mesma fonte.
A esta 36.ªa edição do galardão, dotado com 15 mil euros, candidataram-se 72 livros publicados em 2017, com a chancela de 35 editoras.
O autor, Helder Gomes Cancela já fora finalista do Grande Prémio da APE com o seu terceiro romance, "Impunidade", de 2014. Anteriormente, tinha publicado "Anunciação" (1999), "De Re Rustica" (2011), o livro de poesia "Novembro" (2003) e os ensaios "Relativismo Axiológico e Arte Contemporânea: Critérios de Receção Crítica das Obras de Arte" (2004) e "O Exercício da Violência. A Arte enquanto Tempo" (2014).
"Pronto para sair, dentro de dias, está o seu novo livro 'A Terra de Naumãn'", disse à Lusa Francisco Vale, editor da Relógio d'Água, chancela pela qual foi também publicado o romance “As Pessoas do Drama”.
Helder Gomes Cancela nasceu em 1967. Estudou Filosofia na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, onde fez o doutoramento, em Filosofia Contemporânea. É, desde 2000, professor da Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto, onde é responsável pela área científica de Estética.
O autor é investigador no Instituto de Investigação em Arte Design e Sociedade (i2ADS).
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