O Festival Extremo, dedicado a música e arte sonora, vai reunir artistas como William Basinski, Ghosted, Sonoscopia e Clothilde, no monte da Falperra, na fronteira entre Braga e Guimarães, no próximo dia 26, anunciou hoje a associação Capivara Azul.

Inserido no programa da Braga'25 - Capital Portuguesa da Cultura, e com entrada gratuita, o Extremo, cuja realização foi anunciada em março, é um festival com o "percurso de um dia" e um programa que se estende desde o nascer e até depois do pôr do sol, cruzando concertos, instalações 'site specific', performances, oficinas e visitas guiadas, segundo a Capivara Azul - Associação Cultural, que assina a produção e curadoria.

De acordo com o programa hoje divulgado, o percurso tem início às 06h00 de sábado, 26 de julho, "com uma performance-manifesto construída por Cody XV, músico sediado em Braga", servida pela cenografia de Diogo Mendes e a curadoria do coletivo bracarense Estudo do Meio; e encerra na madrugada de dia 27, com um Live Act de M3STR, produtor e DJ emergente do Porto, com curadoria de Dark Sessions, comunidade artística independente de música eletrónica nascida em Braga.

O auge do festival acontece na noite de sábado, no palco junto à capela de Santa Marta do Leão, com atuações de Ghosted, "uma das mais transcendentes colaborações da música dos nossos dias, com três figuras incontornáveis da música exploratória: Oren Ambarchi, Johan Berthling e Andreas Werliin"; e de William Basinski, "mítico músico norte-americano, um dos mais aclamados nomes da música eletrónica ambiental do nosso século", segundo as notas do programa.

Este concerto marca o regresso de William Basinski a Portugal, e deverá anteceder em dois dias a sua atuação na Aula Magna, em Lisboa, no âmbito da temporada da Galeria Zé dos Bois. O músico e compositor de 67 anos tem uma discografia extensa que terá como ponto alto a série “The Disintegration Loops”, do começo do século.

Ao longo da manhã, o Festival Extremo conta com atuações dos Dies Irae, de Maria W Horn, com a participação das cantoras portuguesas Mariana Caldeira Pinto, Maria João Vieira Leite, Mariana Vital e Maria Bustorff, na capela de Santa Marta das Cortiças; e de Alexandre Centeio, multi-instrumentista e artista sonoro, junto à capela de Santa Marta do Leão, onde também atuará o trio Gordan, que propõe uma fusão entre as vozes tradicionais dos Balcãs, com sons gerados eletronicamente, a cargo de Guido Möbius e Andi Stecher.

A manhã termina com a ativação de "Sistema Sonoar", projeto multidisciplinar do coletivo Sonoscopia, que vai ficar patente até às 21h00, e que tem como epicentro um órgão de tubos automático instalado na capela de Santo António.

O programa do Extremo inclui ainda um "Concerto Para Olhos Vendados", por Luís Antero, "experiência sensorial" a decorrer na capela de Santa Maria Madalena da Falperra, tendo por base uma residência artística sobre o património local.

A compositora Clothilde, que participou nesta residência, apresentar-se-á em Braga, na capela de Santa Maria Madalena, ao fim da tarde.

A abertura do festival, que já tem as inscrições esgotadas, segundo a organização, é reservada a 50 pessoas, que são convidadas para uma caminhada pelo monte da Falperra, ao longo da qual também vão encontrar performances 'site specific' do coletivo portuense Berru e da artista sonora e investigadora Cláudia Martinho.

Entre as ações paralelas conta-se uma visita guiada ao complexo da Falperra pelo historiador de arte Eduardo Pires de Oliveira.

O Extremo, integrado no programa da Braga'25 Capital Portuguesa da Cultura, conta com as colaborações do Município de Guimarães, da Irmandade da Falperra, da Paróquia de S. Tiago de Esporões e das juntas de freguesias de Longos, em Guimarães, Esporões, Braga, e da União de Freguesias de Nogueira, Fraião e Lamaçães.

A programação integral e atualizações podem ser consultadad no 'site' do festival (extremo.pt).