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Doze anos depois, os Walkmen são hoje uma banda mais adulta, apesar de manterem as influências, explicou o vocalista à Lusa. Os norte-americanos editam o novo disco, “Heaven”, a 4 de junho, dias antes do concerto no Porto. Os Walkmen, que se lançaram em 2002 com “Everyone Who Pretended to Like Me Is Gone” e uma das maiores canções da entrada do novo século, “The Rat”, regressam a Portugal para um concerto no Porto, no âmbito do Optimus Primavera Sound. Dois anos depois do álbum “Lisbon”, o vocalista Hamilton Leithauser explicou à Lusa que para a gravação do novo registo, intitulado “Heaven”, procuraram adiar ao máximo a entrada em estúdio, levando para a sala de gravações um conjunto de 30 canções. “Pensámos fazer algo mesmo grande e preparámo-nos muito antes de ir para o estúdio. Adiámos a data e esperámos até termos muita coisa reunida. Tínhamos, de longe, mais do que precisávamos. Essa atitude foi diferente [de quando fizemos o “Lisbon”]”, explicou à Lusa Leithauser, a partir do estúdio da banda em Nova Iorque. A banda tem passado por uma evolução da maior crueza dos primeiros dois álbuns até uma tranquila e melódica paz de verão das gravações mais recentes, ainda que Leithauser rejeite o epíteto de “música de verão”, por já ter tido quem os classificasse como “música de inverno”. Em “Heaven”, a banda quer transmitir a ideia de que está “muito mais feliz agora do que no começo” e não há como evitar o facto de todos os membros dos The Walkmen terem agora filhos. Leithauser, que reconheceu talvez precisar de nomear de “Porto” o próximo álbum, revelou ter ficado surpreendido por ter começado a produzir muito mais com o nascimento da filha: “Quando ela nasceu eu tinha a certeza de que ia ser mais lento, mas nunca escrevi tanto como agora”. “Eu diria que [as minhas letras] sempre foram muito pessoais, mas fiquei melhor a expressar algo que é mais honesto e claro do que no passado. Não penso que fosse muito bom a transmitir um sentimento específico e acho que as letras e a nossa música são hoje mais verdadeiras em relação a quem nós somos”, confessou o vocalista da banda. As influências sentidas desde 2000 não mudaram, ainda falam dos Cramps durante os ensaios, ainda falam de Johnny Cash e de uma frustração: "Desde que começámos a ensaiar que tentamos fazer uma música que soe à 'Mr. Brown' do Bob Marley". E têm conseguido? "Não, mas isso não nos impede de tentar". @Lusa<
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