“Isto é um festival de relva, já não tem caminhos em terra. Está ainda mais verde”, começou por dizer à Agência Lusa o responsável pela iniciativa, que decorrerá junto à praia fluvial do Taboão, entre 13 e 17 de agosto.

A organização entendeu, a par das preocupações com um cartaz de artistas ainda na fase da grande expectativa e outros com nome e culto nas audiências, melhorar a logística para público e serviços, nomeadamente na zona de campismo – com capacidade para 12 mil tendas, mais duas mil do que no ano anterior – e no recinto, agora com tolerância zero à terra e à poeira.

Montado o “festival mais verde do País”, segundo o próprio João Carvalho, está a chegar o momento de fazer subir aos palcos – o principal foi renovado e mais “amigo do ambiente” – um conjunto de bandas que diferencia o certame de Paredes de Coura.

Jagwar Ma (Austrália), Palma Violets (Inglaterra), Toy (Inglaterra) e Calexico (EUA) são as apostas pessoais de João Carvalho, que referencia o facto de a banda norte-americana nunca ter atuado em festivais.

“É o festival da descoberta, mas com nomes que dispensam apresentações, como os Echo & the Bunnymen ou The Knife”, sublinhou, acrescentando que os segundos, um duo sueco da eletrónica, apenas fazem seis ou sete concertos por ano, um dos quais será esta sua estreia em Portugal. “Foram pretendidos para outros festivais, mais de 200, segundo o seu agente”, revelou João Carvalho, enquanto recordou uma espécie de máxima do festival minhoto: “Algumas das bandas que vão passar aqui, este ano, estarão como grandes nomes de outros festivais, dentro de um ou dois anos”.

João Carvalho deu vários exemplos, retirados do cartaz de Coura: “Numa lista das 50 melhores canções da época, da revista New Musical Express, vinham os Palma Violets em primeiro lugar, assim como os Peace e os Vaccines”.

“Queremos continuar a ser o festival que traz a Portugal, em primeiro, as bandas que serão cabeças de cartaz mais tarde. Basta olhar para os restantes festivais e percebe-se isso, pois são muitas as bandas que já estiveram em Coura, em anos anteriores”, resumiu.

A intenção diferenciadora reflete-se, também, na integração do patrocinador e das marcas no espírito do festival, segundo a organização: “Há anos que andamos a sensibilizar para isso. Estamos a fazer escola. Há festivais onde há brindes surreais, mas neste não se vão procurar óculos enormes ou chapéus de palha. Este é um festival para as pessoas estarem em convívio com a natureza. E o nosso patrocinador percebeu isso”. “É um festival de música e bem-estar. Tentamos evitar esse folclore”, afirmou.

Na edição deste ano, a organização entendeu “abrir as portas” à antiga Feira de Paredes, que permitirá às associações culturais locais colaborar no evento, o que João Carvalho apelidou de serviço público, o que também oferecerá “variedade e diversidade” ao público.

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