O kuduro está na moda e cada vez mais surgem novos ritmos em que este estilo musical se reinventa. Um pouco por todo o mundo, os angolanos vão-lhe dando não só uma nova vida mas também uma família inteira. Numa viagem até ao Porto, descobrimos uma nova banda, os Throes + The Shine, uma junção entre os Throes (rock) e os The Shine (kuduro).

Juntaram-se em 2011 e nas suas palavras «tudo aconteceu um pouco por acaso». Participaram juntos no Festival Nice, em Portugal, e a partir daí surgiu a ideia de terem uma participação conjunta. Deram o primeiro concerto no palco Vice no Milhões de Festa, em Barcelos, e vão dando concertos «por aí». É com esse ritmo que vão ensaiando. Na guitarra está Marco Castro, na bateria Igor Domingues e as vozes são partilhadas por André 'do Poster' e por Diron Romão.

André e Diron ouviram os Throes pela primeira vez no Plano B, nor Porto. Gostaram daquilo que ouviram e sem mais demoras conversaram com eles.

André é de Malanje e Diron nasceu na capital. Começaram a dançar e quando lhes é perguntado se há diferenças entre sentir as misturas entre o rock e o kuduro ou só kuduro, André afirma que não porque os toques são os mesmos, «com as mesmas batidas e as mesmas adrenalinas».

Tudo o que usam é analógico, «a bateria é simplesmente isso, uma bateria normal. A guitarra é uma guitarra eletrónica. Trabalhamos com um hardware, não um software». Sem querer destacar nomes, André diz que há quem misture mal o kuduro mas que é um facto que este estilo está na moda. De facto, o único trabalho desta banda é «Batida» embora o primeiro álbum esteja para breve.

Igor Domigues já pertenceu a outras bandas e é com precaução que fala sobre este novo projeto: «Às vezes também me assusta um bocado porque estamos numa altura tão inicial e parece que há pessoas que colocam muita expetativa em nós e isso é um bocado assustador, às vezes. Só agora é que vamos lançar um álbum e não queremos estar a desiludir as pessoas. O que nós queremos mesmo deixar rolar e deixar as coisas acontecer.»

Com um espírito bem animado e bem-disposto, os Throes and The Shine deixam a promessa de que «aquilo que aí vem é muito bom».

@Eliana Silva e Maria Mussolovela/SAPO Angola