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Samuel Úria edita, na segunda-feira, o álbum "O grande medo do pequeno mundo", com canções que falam sobre a condição de sermos humanos, num tom irónico, mas não pessimista, disse à agência Lusa. Samuel Úria, 33 anos, editou o primeiro disco há pelo menos dez anos, mas foi em 2009 que o álbum "Nem lhe tocava" lhe serviu de apresentação, como músico influenciado pela tradição do blues-rock, de Elvis a Bob Dylan e Johnny Cash. Quatro anos depois, lança "O grande medo do pequeno mundo", estruturado numa semana de férias, na primavera de 2011, numa altura em que decidiu deixar de dar aulas e passar a viver apenas para a música. A partir desse primeiro esqueleto das novas canções, feitas à guitarra, Samuel Úria pensou nos arranjos, no tom que elas pediam - fora das "músicas ‘quadradonas’ de guitarra, baixo e bateria" -, chamou os músicos, amigos de longa data, e gravou. Ao contrário de "Nem lhe tocava", "O grande medo do pequeno mundo" mostra-se com muito mais colaborações, com nomes como António Zambujo, Manel Cruz, Armando Teixeira, Miguel Araújo, Márcia Santos, João Só, Jorge Rivotti e Gonçalo Tocha, que aqui assume o ‘alter ego’ Gonçalo Gonçalves. "O meio musical é pequeno. São pessoas que fui conhecendo, cada uma delas acrescentou a sua arte", explicou. Do álbum sobressai, por exemplo, "Lenço enxuto", que Samuel Úria canta com Manel Cruz, dos Ornatos Violeta, "um dueto ‘hipermasculino’, mas nada machista", e "Triunvirato", com António Zambujo e Miguel Araújo, que é uma homenagem disfarçada a três homens que o influenciam: Leonard Cohen, Dylan e Johnny Cash. Samuel Úria reconhece, nas letras, uma abordagem sobre a humanidade das pessoas, a subjugação aos medos e a escassez de soluções para superar esses medos. "São temas moderadamente generalistas que podem depois ser apropriados da maneira que cada um quiser, mas eu não estou interessado em que saibam a minha verdade, mas que entendam que estou a ser verdadeiro", afirmou. Em "O grande medo do pequeno mundo", no qual participam ainda elementos do grupo Pontos Negros, Joaquim Albergaria, dos Paus, e Filipe Cunha Monteiro, há ainda referências aos Clash e ao poeta António Pocinho. @Lusa<
Videoclip de "Eu Seguro", colaboração com Márcia:
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