"Mostraram-me o disco dela há uns meses e foi amor à primeira vista, tanto pela voz como pela ligação ao fado", salienta-nos, entusiasmado, o cantor de 22 anos ao recordar como descobriu Carminho, co-intérprete de "Perdóname", canção que os catapultou para o primeiro lugar do top de singles espanhol há poucas semanas.
"Apaixonei-me logo pela sua voz, pela música e pela maneira de cantar. Na altura, estava a preparar o meu disco acústico e surgiu a ideia de colaborar com ela. Foi só combinar, ela veio e fizemos logo tudo no mesmo dia: ensaiámos, gravámos, foi muito fácil e rápido. Divertimo-nos muito, ela é uma criadora maravilhosa", acrescenta o cantor de Málaga.
Embora "Perdóname" não seja um fado, Pablo Alborán não quis que Carminho perdesse a ligação ao género neste tema: "O que me interessou foi que ela interpretasse a minha canção a partir da tradição do fado. Tenho um grande respeito e admiração pelo fado e quis ir buscar o seu lado melancólico e nostálgico. Pedi-lhe que simplesmente se deixasse levar e foi algo muito natural".
A primeira colaboração com uma fadista deu-se agora, mas o cantor já acompanhava algumas vozes do fado com atenção. "Desde pequeno que gosto da Dulce Pontes e entretanto o meu pai também me deu a conhecer discos da Amália ou de Mariza. E a sensação que tive quando conheci a Carminho foi que, apesar de ser tão jovem, tinha todas estas fadistas na garganta", observa.
Quando a sorte sorri duas vezes
"En Acústico", CD e DVD gravado ao vivo, é o sucessor do disco de estreia homónimo, editado em fevereiro. Esse primeiro registo conquistou já a tripla platina e três nomeações para os Grammy Latinos. "O primeiro disco só saiu há dez meses e funcionou muito bem, tanto na divulgação como nas vendas. Foi maravilhoso e conheci gente estupenda. E agora com este novo disco a sorte voltou a sorrir-me. Sou número um outra vez, tenho muito trabalho para fazer mas vale a pena porque é uma grande aprendizagem", conta-nos o cantor.
"Neste disco revelo-me um pouco mais, é um disco onde me sinto mais eu. São canções intimistas, muito despidas, em formato acústico e ao vivo. E sinto-me muito mais confortável num ambiente de palco. Musicalmente, aqui também dou mais atenção à guitarra, ao meu lado Eric Clapton", complementa.
Sobre as nomeações para os Grammy, Pablo diz que "foram uma grande surpresa porque o disco só chegou lá há poucos meses. Ao México, Argentina... aos Estados Unidos até foi só há poucas semanas".
Do fado ao R&B
Carminho foi a convidada do primeiro single de "En Acústico", mas a voz de Pablo já conquistou outras cantoras. Foi o caso da espanhola Diana Navarro, que também participa no álbum, ou da norte-americana Kelly Rowland. "Ela descobriu-me no Youtube, falou de mim no Twitter e depois numa entrevista em que comentou que gostava muito das minhas canções e que queria fazer um dueto comigo", salienta o cantor a propósito da estrela R&B. Pablo encara o elogio como "mais uma grande surpresa, porque ela é uma artista com uma carreira enorme, muito premiada e com grande repercussão mundial". E ter uma fã assim, além de surpreendente, é "sobretudo um empurrão bastante grande para a motivação e vontade de trabalhar". Olhando para a agenda de concertos - só este ano já contemplou mais de 70 em Espanha -, trabalho não lhe vai faltar.
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