Recuemos no tempo até ao ano de 2010, altura em que Pablo Alborán ainda era um desconhecido no mundo da música. Após ter feito upload de um vídeo no YouTube a cantar e a tocar com a sua guitarra, a vida deste jovem de 23 anos mudou e rapidamente tornou-se num fenómeno.
O sucesso foi alcançado em Portugal graças ao dueto com a fadista Carminho no tema “Perdóname”, incluído no seu disco de estreia homónimo.
Cerca de dois anos depois surge “Tanto”, o título do seu segundo disco de originais e “uma espécie de homenagem” ao seu público.
“É a única palavra que podia descrever tudo o que me aconteceu. Quero agradecer o carinho que o público me deu”, afirma Pablo Alborán em entrevista ao SAPO Música:
A sonoridade do novo álbum, que o artista espanhol confessa ter composto na sua maioria em Portugal, tem algumas pinceladas de fado, tango e até de música eletrónica, géneros musicais distintos.
“É muito diferente do que fiz antes. Há canções que têm uma mistura de eletrónica e de rock e há ainda uma mistura de fado, tango e de bolero. Acho que são estilos que vão ao encontro daquilo que sou e com os quais me identifico bastante”, explica.
O nosso país está presente no disco através do fado e Pablo Alborán afiança ter ficado fascinado com a chamada canção nacional, um gosto que lhe foi também transmitido por Carminho.
O músico malaguenho é conhecido pelo seu registo musical intimista e romântico e é algo que continua a estar presente em “Tanto”. “Diz-se muitas vezes que aquele que canta o amor e o romanticismo é chamado piroso, como se diz em Espanha, mas eu não acho nada disso. Até a pessoa mais bruta se apaixona e acho que o amor é para todos, até para o mais e menos piroso e em qualquer idade”, salienta.
Acrescenta ainda que “aqueles que se envergonham de cantar ou ouvir canções de amor, envergonham-se daquilo que sentem, porque eles próprios também se apaixonam e sentem o mesmo que eu possa vir a sentir”, remata.
Dois concertos especiais nos Coliseus
Os palcos dos Coliseus do Porto e de Lisboa recebem Pablo Alborán para dois concertos preparados “especificamente” para estas duas salas nacionais. O alinhamento dos espetáculos contempla temas do álbum anterior e a estreia ao vivo de algumas canções de “Tanto”, tendo em conta que, de acordo com o músico espanhol, a digressão oficial apenas começa em maio, e pode haver uma surpresa. “É provável que cante um fado, pois quero tentar fazer algo em português”, antevê ao SAPO Música.
Pablo Alborán considera que o fado é o género de música no qual encontra “muitas semelhanças” com a sua voz e que “fascina qualquer um”. “A sua nostalgia e melancolia emocionam-me bastante”, refere.
Pelo segundo ano consecutivo, Pablo Alborán está nomeado para “Best Contemporary Pop Vocal Album” no âmbito dos Grammy Latinos com “En Acústico”, a reedição em formato acústico do seu disco de estreia.
@Daniel Pinto Lopes
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