Ao longo da década de 90 destacou-se ao lado dos Turbojunkie, banda formada com os irmãos e que teve uma palavra a dizer no rock alternativo feito por cá. Na década seguinte virou-se para a electrónica, com os Plaza (que só editariam um disco), mas as guitarras voltaram a acompanhá-lo na pop despojada dos Grace. E no ano passado, no álbum "Amália Hoje", ajudou a dar novas tonalidades às canções de Amália Rodrigues.
Bem mais discreta do que esse projecto que lhe deu maior visibilidade, a estreia de Paulo Praça a solo, com "Disco de Cabeceira" (2007), tem agora continuidade em "Dobro dos Sentidos".
Ao contrário do que ocorreu com as bandas que integrou (à excepção dos Hoje), o idioma escolhido nas canções volta a ser o português e, mais uma vez, o escritor valter hugo mãe, seu amigo de infância, é o letrista de eleição. "Andei a forçar um bocadinho o processo de escrita mas percebi que não fazia mais do que criar imagens bonitas. E queria muito mais para os poemas que fosse musicar", explica Praça.
Quem também deu uma ajuda foram Rui Reininho, dos GNR, e Mónica Ferraz, dos Mesa, cujas vozes podem ouvir-se em dois temas - "duas cerejinhas" que também contribuem para que este seja um disco "artisticamente superior" ao anterior, sublinha o músico. E para fazer jus ao título, "Dobro dos Sentidos" conta com dois concertos de apresentação, uma vez que sobe ao palco do Teatro Municipal de Vila do Conde nos próximos dias 15 e 16.
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