Pedro Cardoso estreou a sala Velha Senhora eram 21h30. De guitarra ao colo, o jovem portuense dá início à sua performance acústica sem não antes partilhar o que espera da exibição que se segue: "um concerto descontraído e animado". Desejos pedidos, tempo então para Best Days of My Life, tema presente no seu trabalho "Episodes", interpretado entre aplausos e a doce constatação alheia: "éo John Mayer português!". Dos seus originais destacou-se ainda The Pain Inside, contudo, os momentos altos da atuação far-se-iam ao som de Wonderwall, cover dos extintos Oasis, e de You Got to Be, da Des'ree, que imediatamente remeteu a maioria dos presentes para assábias recomendaçõesda infância.
Os The Poppers subiram ao palco da Pensão Amor às 22h00 em ponto, com uma enormefila de espera para entrar no pequeno espaço a fazer adivinhar um concerto bastante animado - certamente, um dos mais concorridos da noite.
Os quatro músicos em palco tocam puro rock and roll e libertam uma energia contagiante, que obriga o público a abanar os corpos como se não houvesse amanhã, ao som de Lady, What Does It Take To Be Your Lover? e Bohemian Disciplines, dois dos temas mais celebrados da atuação do coletivo lisboeta. Não há, em palco, lugar para paragens. O suor escorre pela testa de Luís Raimundo, que convida, a certa altura, uma rapariga do público para acompanhar os restantes membros da banda com a sua guitarra elétrica. Para o final, guardaram o tema Drynamill - um sucesso entre a assistência.
À porta do Musicbox,a quantidadede pessoas que desesperavam por um cantinhopara ver os Best Youth era imensa. Dentro da sala, no entanto, a ausência de um cantinho extra era evidente.
A dupla que virou trio, agora com Nuno na bateria, inaugurou o espaço pouco passava das 22h45. Em palco, o muito aclamado pop rock com influências eletrónicas a que o projeto já nos habituou, com Too Kind To Mind, Hang Out, Honeytrap, Tigers On The Catwalk e Shoutsa fazerem as delícias dos presentes...e dos sintetizadores.
De volta à Pensão Amor.Pedro e Mel,a.k.a. Miuda,tomam conta do palco e entretêm o público com temas que apelam, nada mais nada menos, do queao girl power. Na Cidade, Onde Me Posso Esconder, Meu Amor e Fluxo das Floressucedem-se, atrevidos, simples, catchy, perante uma sala lotada e uma Mel cativante, que não se cansa de agradecer o carinho recebido na Pensão Amor. Com Quem Eu Quero, single de avanço, com direito a alta rotação nas rádios nacionais, surge provocante como só ele e obriga todos a apurarem a voz. As piadas óbvias, resultantes da letra polémica, recebem respostas à letra, sem hesitações. Tem, definitivamente, pinta, este novo projeto.
O relógio já passa das 23h30 e Capicua e Souls of Fire tocam, simultaneamente, no Europa e no Musicbox, respetivamente.
Ana é Capicua. Nasceu no Porto e apresenta-se como uma rapper que não mede palavras, fiel representante do hip-hop português no seu estado mais puro. E tem fãs, muitos, não estivesse o Europa a abarrotar para a ver, num concerto feroz, poderoso.1º Dia inaugura o reportório e é logo seguido por outros, como Os Heróis, Judas & Dalilas. Maria Capaz também marca presença, bem como os agradecimentos da praxe, que não esquecem Sam The Kid, um dos produtores com quem trabalhou.
Último concerto da noite. Um Musicbox muito bem recheado aguarda a entrada em palco d'Os Pontos Negros - uma das bandas mais aplaudidas da noite. Triunfo dos Porcos éo primeiro tema a fazer-se ouvir. "Estivemos em Londres, para hoje vos mostrarmos algumas músicas novas. E outras antigas...", revela Jónatas, voz e guitarra do coletivo, numa breve alusão à passagem do grupo pelos estúdios Abbey Road, onde foi gravado "Soba Lobi",o seu novo álbum. E parte para as apresentações: "Sou o Jónatas, este é o David, este é o Filipe e este é o Silas, e acabou a conversa por hoje". Os instrumentos do grupo irrompem de imediato e instantaneamente dão vida a temas como Tudo Floresce, single de avanço do novo disco, com o qual o público não se mostrou, naturalmente,muito familiarizado, Os Tempos Estão a Chegar ao Fim, Tempos de Glória ou Caminhos de Ferro. Tudo regado com solos de bateria, guitarras, muito calor e boa disposição.
Texto: Sara Bandeira Costa e Joana Bandeira Costa
Fotografias: Carolina Prata
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