Filipe Felizardo, responsável pelo disco "lII = 207.8°, bII = ?56.3°", e sem a «barba imponente» pela qual é algumas vezes reconhecido, subiu ao palco para dar um pequeno concerto de abertura.

Seguiu-se outro homem da casa, Norberto Lobo, no seu 15º concerto na Galeria Zé dos Bois, sempre acompanhado pelos alegres pares de meias que calça.

Onovo disco parece ter momentos mais joviais e alegres que os anteriores, mas o concerto, conforme avançou das músicas não editadas para as do novo disco, tornou-se mais triste ou, se preferirmos, mais nostálgico, dando a Norberto oportunidade para revelar a capacidade estonteante de expressividade que a sua guitarra tem.

De perna cruzada, o guitarrista acompanha a música, embalado ele próprio pelo som da guitarra, agitando por vezes a cabeça intensamente, enquanto noutros temaslimita-se a encostá-la à guitarra.

No final do concerto, Norberto recebe, apesar do talento exibido, os aplausos com humildade, fazendo vénias quase nipónicas e sorrindo timidamente.

Texto: José Franco

Fotografias: Joanica Cardoso