“’Simplicidadi’ levou tempo porque nós gostamos de fazer música a fluir, não gostamos de fazer música com pressão”, diz Karlon ao SAPO Música.

Em 17 anos muita coisa muda e nos Nigga Poison essas mudanças são visíveis de álbum para álbum. Por esse motivo “Simplicidadi” é um disco com mais maturidade que os anteriores.

“O ‘Resistentes’ foi numa fase mais rebelde, no período de transição do bairro da “Pedreira dos Húngaros para os bairros sociais, agora estamos mais adultos e já vimos muitas coisas”, afirma Karlon.

Apesar de o disco anterior ter sido muito bem recebido, os Nigga Poison não sentiram nenhuma pressão extra quando entraram em estúdio para gravar este novo trabalho. Neste disco o duo volta a apostar na fusão de vários estilos com o hip-hop. “Temos um pouco de festa, batucada, reggae, dubstep, está um álbum mais versátil” conta Karlon.

Em “Simplicidadi” os Nigga Poison voltam a contar com a colaboração de grandes talentos, caso de Sam the Kid, Valete, Papa Juju (Terrakota), Kumpania Algazarra, Beat Laden (Batida), Laton (Kalibrados), Luis Simões (Blasted Mechanism), entre outros. “São pessoas que estamos sempre em sintonia e acompanhamos os trabalhos uns dos outros e pensamos porque não fazer uma fusão?”, disse Karlon.

A música que o grupo faz sempre foi muito interventiva, “os Nigga Poison são os jornalistas do povo e os advogados do povo”, diz Praga. A banda sempre quis servir de modelo para as novas gerações, construindo músicas que ajudassem a moldar comportamentos e a apresentar soluções, ao invés de se focar em problemas.

@Edson Vital