Dona de uma voz que impõe respeito, atambém vocalista dos Mesa arrastou até à célebre sala de espetáculos portuense miúdos e graúdos - todos com garra e vontade de ouvir boa música.
Pouco passava das 22h00 quando, finalmente, as luzes baixaram e os ânimos aqueceram. Apresentados pela Rádio Comercial, entraram em palco André Indiana e Hugo Danin, guitarrista e baterista da banda, respetivamente, preparando o público para a entrada da tão esperada Mónica Ferraz.
Sorridente, e ostentando uma indumentária preta e elegante, Mónica entra no palco bem decorado, com toques intimistas. Rodeada de lâmpadas, ora penduradas no tecto, ora suspensas na parte de trás do palco, começou a performancecom “Start Stop”, tema homónimo do álbum.
De baladas românticas, como “My Love”, “Golden Days” ou “Love Burns”, a românticos ecos rockeiros, como “Turn Back Time”, “Have a Seat” ou “Go Go Go”, houve tempo para tudo. O público, esse, atendia a todos os pedidos, orafeitos pela banda, ora por Mónica, ora por André Indiana, que, durante todo o concerto, fez questão de interagir com os fãs.
Houve ainda tempo, depois de terminada a canção “Go Go Go”, para um jogo de vozes com todos os presentes na sala. Mónica pediu “go go go’s” primeiro aos homens, depois às mulheres e depois... a todos, simultaneamente.O público aderiu em peso e interagiu com os performers que pediam sempre mais palmas e cantorias. A canção terminou, depois de uma “performance em grupo”, com Mónica Ferraz a cantar accapella, enquanto metade do público estalava os dedos e cantarolava o refrão da música, e outra metade... bom, fazia o mesmo, mas num ritmo diferente.
Eis que, de repente, e vindo sabe-se lá de onde, se ouve uma voz fina e trémula, mas cheia de força, que diz: “és tão linda!”, arrancando um sorriso de Mónica e deixando-a envergonhada e tímida.
Mas não só de originais se fezo espetáculo. Foi logo no final de “P.I.G.” que André Indiana tomou as rédeas da canção e da sua guitarra branca e fez soar os primeiros acordes de “Le Freak (Freak Out)”, o clássico dos Chic. Mais uma vez, foi requisitada a ajuda do público que, apesar de um pouco tímido ao início, lá acabou por entrar na brincadeira.
O momento mais contraditório do concerto foi, talvez, quando Mónica se sentou ao piano para tocar “Golden Days” que, apesar de ser uma música bem suave e melódica, arrancou palmas e sorrisos do público, que fez questão de cantar praticamente todas as palavras da canção. “Esta música, provavelmente, já faz parte do dia a dia de muitos vocês”, adivinhou Mónica. E parece que, de facto, assim acontece, tal foi o impacto que a balada causou.
Este foi ainda o tema escolhido para realizar um videoclip ao vivo.Sim,leram bem:o próximo vídeo de Mónica Ferraz será o de “Golden Days” e o concerto na Casa da Música foi o espetáculo escolhido para gravar o vídeo e dar imagem à já tão conhecida canção.
“Turn Back Time” ditou o fim do concerto e a saída da banda de palco. Claro está que não poderia faltar o sempre tão querido encore cm João André (no baixo), Henrique Amorim (nas teclas), Hugo Danin (na bateria), André Indiana (na guitarra) e Mónica Ferraz (na voz) a regressarem ao palco para cantar mais uma cover, desta vez “Cursed Diamond”, dos Black Crowes.
Eis então que, com mais uma versão de “Go Go Go”, Mónica Ferraz se despede do público, agradecendo mais do que uma vez a presença de todos os que fizeram questão de passar aquela (que foi uma bela) noite de quarta-feira na companhia da mesma.
Foi, sem dúvida, uma golden night.
Confere o alinhamento do concerto:
Start Stop
Have a Seat
Love Burns
Go Go Go
My Love
P.I.G.
Golden Days
Fame
Turn Back Time
Encore
Cursed Diamond
Go Go Go
Texto: Marta Ribeiro
Fotografias: José Pinto
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