O contacto de Inês Duarte com o mundo do fado começou aos 14 anos. «Foi algo ocasional. Sempre tive a oportunidade de ouvir diferentes géneros musicais e, por acaso, um dia estava a ouvir fado no carro e gostei. Até disse à minha mãe que queria cantar fado», recorda ao SAPO Música.

Na altura, Inês Duarte tinha aulas de canto e percecionou no fado um «sentimento envolvente». Mais tarde, e fruto da opção de seguir pelos caminhos da chamada canção nacional, frequentou várias casas de fado, em Lisboa, para melhor conseguir «vivê-lo».

Neste sentido, a experiência adquirida por Inês Duarte ao longo dos últimos anos «enriqueceu-a» e diz estar presente no seu segundo disco.

«Este Fado» é composto por 14 temas, dos quais 12 são originais. Figura uma adaptação e um fado da autoria de António Chainho, que já existia.

Na fase de composição, Inês Duarte inspirou-se em «muita coisa», mas, «sobretudo», na sua curta carreira, nos músicos que a acompanharam e nas «experiências por eles partilhada». «É um resumo de tudo isto», refere.

A produção, direção musical e gravação de piano acústico coube a Valter Rolo. O acompanhamento musical é feito por Bernardo Couto (guitarra portuguesa), Diogo Clemente (viola), Marino de Freitas (baixo acústico e coprodução), Celina da Piedade (percussão), Bruno Baião (violoncelo), António Barbosa (violino), Sertório Calado (percussão), Alain Chafehwé (bateria), Múcio Sá (violão) e José Canha (contrabaixo).

Ao escutar «Este Fado» depreende-se que a interpretação de Inês Duarte é inspirada no fado, mas a sonoridade é mais vasta, entrando em registos sonoros mais próximos do jazz e até mostra influências da lusofonia, como a morna.

«Hoje em dia o fado tem sido sujeito a algumas alterações e a sua base foi enriquecida, acabando por ser projetado como um fado ‘world music’», justifica.

«Este Fado» não é o álbum de estreia de Inês Duarte. Em setembro de 1999, a fadista gravou «Reflexos», um disco de fado tradicional.

Todavia, considera que este novo registo discográfico surge numa «fase mais madura» da sua vida e «reflete uma experiência completamente diferente do outro», fato que se nota na «perfeição», «na sua sonoridade» e «na forma como se interpreta o poema e a melodia».

Carlos do Carmo é o convidado especial e com o qual Inês Duarte interpreta o tema «Dentro de Mim, Lisboa». Porquê Carlos do Carmo? «Este tema só podia ser gravado com ele, uma pessoa por quem nutro uma enorme admiração», afirma.

Para já, apenas está marcada uma pequena apresentação do disco no dia 7 de março, pelas 18:30, na FNAC do Chiado.

@Daniel Pinto Lopes