Depois das actuações de Black Bombain, Larkin e Mr. Myagui no showcase da Lovers & Lollypop, os Quarteto de Bolso, abriram, oficialmente, o palco After-hours do festival Paredes de Coura.
Ainda a alguns minutos de se iniciar o concerto, já muitos eram aqueles que aguardavam na primeira fila. Se eram fãs ou não, não conseguimos perceber - o que sabemosé que o público ainda estava pouco receptivo às ondas sonorase, por isso, mais calmo do que aquilo que se verificou durante o resto da noite.
Com vídeos de Thomas Edison e outros bem retro, o grupo, constituído por seis elementos (um baterista, um guitarrista, um baixista, dois trompetistas e um oboista), fez de tudo para despertar o público e aquecer os ânimos para o resto da noite. Entre outros temas, tocaram “Mal Embriagado”, “Pescador” e “Sempre Contente” – música esta que conseguiu captar o público, fazendo-o cantar e dançar, sempre contente e a assobiar.
Omar Souleyman - 22:00h - AFTER HOURS
Omar Souleyman, foi, com certeza, a presença mais inesperada do festival Ritek Paredes de Coura. Para além de ser uma estrela na Síria, é também reconhecido mundialmente pela sua abordagem à música tradicional do seu país.
Numa entrevista dada ao "Jornal i", em Julho de 2010, Omar diz fazer a sua música de acordo com o que aprende ao ouvir "os sons que passam pelos cafés e nos carros". Foi também nesse ano que actuou pela primeira vez em Portugal, fazendo dois concertos, um no Porto e outro em Lisboa. Um ano mais tarde, Omar regressa ao Norte, para uma actuação memorável na 19ª. Edição do Paredes de Coura.
O cantor sírio fez o público vibrar com as suasdanças ondulantes. Na verdade, as pessoas que se encontravam no recinto não percebiam muito de árabe, mas esse detalhe não foi importante - o que realmente interessou foram as sonoridades das curdas e turcas interpretadas por dois órgãos, que fizeram um brilharete e não deixaram ninguém indiferente.
Atrevemo-nos ainda a dizer que a presença deste músico no festival criou um marco na história dos festivais portugueses.
Wild Beasts - 23:30h - AFTER HOURS
O indie-rock e dream pop dos Wild beasts passou por Portugal em 2009, na 2ª. edição do SuperBock em Stock, em Lisboa. A banda, composta por Hayden Thorpe (voz, guitarra, baixo, teclas), Ben Little (guitarra, teclas), Tom Fleming (baixo, guitarra, teclas) e Chris Talbot (baterista), regressa dois anos mais tarde a Portugal, para apresentar o mais recente trabalho, "Smother", lançado em Maio deste ano.
Os britânicos foram, desde sempre, aclamados pela crítica generalizada e, em Paredes de Coura, confirmou-se essaadmiração pela banda, recebida calorosamente pelo público, para o qual dirigiu, logoàpartida,um "Olá, somos os Wild Beasts. Que bom ver-vos".
Deambulando, ao longo da actuação,entre “Two Dancers” e “Smother”,os Wild Beasts arrancaram com“Albatross”, do mais recente trabalho. Seguiram em frente com “All the King’s Men”, naqueleque foi umdos pontos mais altos da noite, pela comunhão doce e estridente das vozes de Thorpe e Fleming.Ouviu-se ainda “Hooting & Howling”, que deixou um efeito de reverberação no público, que continuou a cantar o refrão após a música ter terminado. “Bravo!” foi aquilo que se ouviu do palco, já perto do fim.
Num registo completamente distinto do que até agora se tinha ouvido, os Wild Bests acalmaram os ânimos, elevando o público a um estado de deambulação entre o sonho e a fantasia.
Crystal Castles - 01:00h - AFTER HOURS
Os Crystal Castles são uma presença frequente nos palcos portugueses e, como quase todos os anos nos fazem uma visita, 2011 não podia ser excepção. A dupla de Toronto regressou a Portugal para dar as boas-vindas aos campistas, num concerto caloroso e explosivo.
Liderada pela energética Alice Glass, a banda canadiana não deixou margens para dúvidas: os festivaleiros entraram em delírio e dançaram como se não houvesse amanhã. O concerto iniciou com “Baptism” e continou com “Crimewave”, que marcou um dos momentos mais altos da noite. Num after lotado, onde era quase impossível circular, a noite foi rematada com o mais recente “Not in Love” - um tema inesperado e que, infelizmente, não contou com a presença de Robert Smith, vocalista dos The Cure, que o co-interpreta.
Vladimir Dynamo - 02:10h - AFTER HOURS
A noite acabou com Vladimir Dynamo, que veio de Valência para se apesentar no festival minhoto. Vladimir é um dos principais DJs de indie-rock do país vizinho, que introduz nas suas actuações referências às novas músicas electrónicas, dando à sua música um tom mais eclético. Pela noite dentro, foi ele quem aqueceu o público, numa noite que se fez sentir pelo frio típico deste festival.
Para hoje, quinta-feira, esperam-se, ansiosamente,as performances deTwin Shadow, Blonde Redhead e Pulp.
Texto: Ana Limão
Fotografias: Filipa Oliveira
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