Agendado para o espaço intimista do Jardim da Sereia - que se estende pela encosta entre a Praça da República e a Casa Municipal da Cultura - a primeira edição do Nereida decorrerá num espaço natural que, em maio de 1981, há mais de 40 anos, recebeu o festival Só Rock, com as melhores bandas nacionais da altura. Em julho de 2003, foi a vez de Lou Reed ali dar dois concertos que ficaram na memória da cidade.
“E eu não estava cá, estava em Londres e o Lou Reed tocou em Coimbra, como é possível”, disse à agência Lusa Vítor Torpedo, um dos gerentes da empresa Fortunoscópio, promotora do festival.
Sobre o local escolhido para o Nereida, evento que funcionará como “aquecimento” para o Luna Fest, Vítor Torpedo considerou-o “o mais emblemático da cidade”.
“Aquilo é um pano de fundo natural que não se encontra em lado nenhum. E quase todas as bandas que vão tocar [5ª Punkada, The Parkinsons e Tracy Vandal, a cantora escocesa radicada em Coimbra] conhecem o Jardim da Sereia, mas o Mick Harvey não tem a noção onde vai tocar e é fantástico ver qual será a reação dele naquele espaço”, afirmou.
O multi-instrumentista australiano, que integrou os Bad Seeds entre o final dos anos 80 e 2009, passou por bandas como os Birthday Party e assinou colaborações com a britânica PJ Harvey, sobe ao palco na primeira noite do festival Nereida, trazendo na bagagem o seu último álbum de originais, “Phantasmagoria in Blue”, disco gravado em dueto com Amanda Acevedo, em finais de 2023.
O concerto de Coimbra antecipa outras duas atuações de Mick Harvey em Portugal, agendadas para 1 e 2 de junho na Academia de Música de Espinho, ambas já com lotação esgotada
Antes, a abrir o festival, atua a escocesa Tracy Vandal, radicada em Coimbra desde 2007, num espetáculo “mais calminho, mais da palavra”, ilustrou Vítor Torpedo.
No dia 30, feriado, a segunda noite do festival Nereida está reservada a projetos locais, com “as farpas melódicas do gang da Quinta da Conraria”, os 5ª Punkada e o punk rock “combativo e de ação” dos The Parkinsons, banda que Vítor Torpedo integra, refere uma nota de imprensa da Câmara Municipal de Coimbra.
O guitarrista, também ligado a projetos como os Tédio Boys, The Subway Riders ou Tiguana Bibles, e que é um nome incontornável na cena musical portuguesa, antecipou à Lusa que o concerto dos The Parkinsons no Nereida será de proximidade com o público.
“No Jardim da Sereia há mesmo proximidade, o público está próximo, o que já não acontece na maior parte dos concertos, onde se criam barreiras e segurança para coisas que não o exigem. Vai ser mais intenso, estamos a tocar na ‘terreola’ e há essa proximidade, acumulamos energia do público e é assim que funcionamos”, declarou Vítor Torpedo.
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