Organizado pela promotora Gig Club, o evento está marcado para o auditório do Círculo Católico de Operários do Porto (CCOP), a 16 de dezembro, com todas as receitas do espetáculo, cujo bilhete custa 10 euros, a reverterem para a Liga Portuguesa Contra o Cancro.
Em palco estarão Emmy Curl, a brasileira Labaq, Valter Lobo, José Valente, himalion e Teresa Queirós, assim como André Júlio Turquesa, “entre outros”, avança a promotora em comunicado.
Até à data do evento, serão confirmados novos nomes na homenagem à cantora que lançou três discos ao longo de uma carreira mais bem-sucedida junto do público do que da crítica, como recordou o jornal The Guardian no obituário que lhe dedicou.
Sela, que morreu no dia 1 de janeiro de 2010, faria 50 anos este ano, e a promotora recorda, em comunicado, como “continua a ser uma fonte de inspiração para músicos, que se revêm tanto na sua arte como na forma como via o mundo”.
Lhasa de Sela, nascida em Nova Iorque e com infância entre Estados Unidos e México, morreu aos 37 anos, com cancro da mama, após quase dois anos desde o diagnóstico, no dia de Ano Novo de 2010, em Montreal, no Canadá, onde vivia há vários anos.
Cantou em inglês, francês e espanhol, misturou culturas musicais, de canções de amor à tradição oral mexicana, com o primeiro disco, “La Llorona”, lançado em 1997.
O disco de estreia, inteiramente cantado em espanhol, venceu vários prémios e vendeu mais de 700 mil cópias pelo mundo fora, tendo a artista passado por Portugal em concerto várias vezes, as últimas das quais no âmbito de uma digressão em 2004 que a levou à Aula Magna, em Lisboa, e à Casa das Artes, em Vila Nova de Famalicão, meses depois de ter atuado em Aveiro, Porto, Coimbra e, novamente, Lisboa.
As colaborações com artistas europeus e internacionais, de Tindersticks a Patrick Watson, ajudaram a aproximá-la do público, que ‘recebeu’ mais dois álbuns, “The Living Road” (2003), gravado em três línguas, e “Lhasa” (2009), cantado exclusivamente em inglês.
Em 2004, o promotor Vasco Sacramento afirmava que se esperava que Lhasa voltasse a cantar “Meu Amor, Meu Amor”, fado de Ary dos Santos e Alain Oulman, interpretado por Amália Rodrigues.
A propósito do concerto na Aula Magna, escreveu o Correio da Manhã que foi um momento que “se revelou um caso sério de amor mútuo entre artista e público”.
A infância nómada e a diversidade no continente norte-americano combinariam, mais tarde, na mesma variedade na descoberta musical, a partir de reportório saído do jazz que cantou em bares, da influência francófona, apontando Jacques Brel ao lado de Victor Jara, Billie Holiday, Maria Callas ou Chavela Vargas como nomes de referência, contou à Billboard após sair o primeiro álbum.
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